JJ after dark

quando a tua confusão embate na minha certeza

"Quem me dera que me amasses"
- o desalentado jovem desabafava - 
"E os meus curtos braços abraçasses" 
- continuava enquanto chorava".

"Quem é semelhante a ti Jéssica, meu amor, 
Alguém tão zelosa na obra do Reino,
Empenhada em cuidar dos irmãos,
Determinada nas suas convicções?
Alguém com uma boa relação com Deus
Que estuda e tem conhecimento?

Não foi Jeová que fez tudo diferente
Mas onde tudo se complementa:
A semente viva brota na terra morta,
O sol no alto evapora a água em baixo,
A lua sem luz ilumina a Terra escura,
A planta sólida liberta oxigénio,
A nuvem gasosa derrama líquido.

E, ao mesmo tempo, o seu oposto,
Semelhante atraí semelhante:
Água corre para onde há água,
Animais vão para onde há natureza,
Amor alcança quem tem amor,
A paz reside nos pacíficos!

Somos tão diferentes e ao mesmo tempo
Somos tão semelhantes, concordas?
É exatamente essa a natureza de Jeová:
Paradoxos certos, Incertezas certas.

Quem me dera que um dia me ames" 
- o jovem é iludido pelo seu amor,
O seu amor não acaba - é esse o seu valor,
E a sua esperança é um sentimento amador
Porque sente-se imortal quando não deveria
Essa esperança só lhe causa sofrimento e dor.

Porém subitamente, declama com fervor:
"Jéssica, meu amor, minha linda flor,
Tu não gostas de lamechices, mas eu gosto,
Tu não comes carne, mas eu sou carnívoro,
Tu gostas de viver no campo e eu, na cidade,
Tu tens o sonho de pregar fora e eu cuidar dentro.
E tu dirás: "e essas são algumas das muitas diferenças"

Mas agora diz-me, minha linda amiga,
Quem, meu Deus, quem... Quem mudaria?
Que lamechas se tornaria menos lamechas
E que carnívoro optava por mais vegetariano
E quem abdicava do movimento da cidade
E quem abraçaria ajudar todos?
Que pessoa determinada amorteceria a determinação
Em prol daquilo que aprendeu: "cedência é importante
E também, por amor, trabalha na aceitação".

Alguém estaria disposto a abraçar uma leprosa?
Investir num carro velho para uma corrida de carros?
Quem queria ir para uma ilha devido à tempestade?

Resposta para todas as perguntas: Eu! Sim, eu!
Porque um cordão tríplice não pode ser quebrado,
A paciência e o respeito constroem todo o resto,
O poder do Espírito Santo encobre as falhas
O amor embeleza as possibilidades!
Eu sinto sentimentos fortes por ti,
E não te quero perder". 

Eu sei quem é este jovem, mas, 
Na sua declamada poesia,
Ele perde-se no seu maior desejo:
Ela.
---

Tu eras o meu alvor.

Antes do sol nascer e da manhã brilhar
Ainda na escuridão, eu já pensava em ti,
E como o teu lindo sorriso iria enraiar
Tudo o que de taciturno havia em mim,
Tu eras a primeira luz no meu dia,
E os girassóis plantados no meu jardim
Giravam consoante a tua alegria.
---

Trecho de uma mensagem que nunca te enviei:

"(...) E quem me dera que fosses uma garantia da parte de Jeová,
assim, podia aguardar por ti, assim como Noé esperou 40 anos até chover, 40 dias até parar de chover.
Quem me dera que fosses um pacto da parte de Jeová, assim esperaria por ti, como Abrão e Sara esperaram 25 anos para ver o pacto cumprido.
Quem me dera que fosses uma mulher prometida pelo teu pai, assim eu esperaria,
assim como Jacó esperou 7 anos para ter o seu amor e 20 anos para ter uma vida sós com ela.
Quem me dera que fosses uma bênção prometida de Jeová, assim esperaria por ti e sofreria por ti, assim como José esperou e sofreu por 13 anos até ser abençoado.
Tomara que fosses uma aptidão e uma designação de Jeová, assim aguardaria como Moisés esperou 40 anos para estar apto e mais 40 anos de designação.
Tomara que fosses um reinado prometido, assim esperava pacientemente como David esperou por 22 anos até ser rei.
Em tais circunstâncias, eu esperaria com paciência, e esperaria porque seria Jeová a indicar e a prometer e porque o amor que sinto por ti, já não se encontra entre os desta geração.

Mas pronto. Continuo a achar-te linda, mesmo com as tuas imperfeições. Tu continuarás a ter um espaço em mim e no meu coração. (...)"
---

Como seria a minha vida se não te conhecesse:
O meu coração estava livre e pleno de alegria
Não haveria ferida ou mágoa que o adoecesse
E mesmo na doentia solidão, ele não adoecia.
Tu chegaste e prometeste o que eu quisesse
Apenas te tinha de dar atenção e companhia,
Tu querias-me - mesmo que "não" te dissesse
Iludiste-me: era isso que a tua solidão queria.

Quantas tristes verdades existem escondidas?
Quantos corações partidos que ninguém sabe?
Todas as minhas tristes células foram cozidas
Para silenciar o que, dentro de mim, já não cabe.
Quantas deceções por ti foram esquecidas?
Quantas orações para que o mundo não desabe?
Em mim, todas as memórias tornaram-se feridas
E oro todos os dias para que o sofrimento acabe.

Como te pude amar se tu eras bruxaria e feitiço?
Se tinhas uma muralha espírita que te rodeava...
Claro que não irias seguir o sagrado compromisso
Porque essa impostora de ti, não me amava...
Mas quando quebrava o mentiroso muro postiço
O teu corpo não cedia, e apenas me beijava,
E esse doce urso deixava de ser duro ouriço
Era por esse verdadeiro ser que me apaixonava. 

Quando carne com carne estava presente
Tudo era festa e mentalmente havia alegria,
Via o teu corpo a sorrir e eu ficava contente
Nenhuma triste discussão descrente havia,
No presencial tudo era flama, paixão ardente
Mas pelo vídeo tu eras massa gélida, fria.
Não atendeste à pálida suplica da tua mente:
"Ele, presencialmente, era o que eu queria!"

Ó! Quem sabe quem era que não queria!

Como volto a olhar nos teus olhos agora?
Depois do romance que cravaste em mim?
Deste-me o teu mundo e foste embora
E quanto peso achas que deixaste aqui?
O peso magoa e nem a lágrima evapora,
E em tristeza, já senti o que nunca senti,
A alegria está a caminho, mas demora
Até lá, continuo a sofrer por causa de ti.

O amor é milionário ou a esperança é ignorante?
Não tenho certeza do que é o mais correto,
Ficarei com quem do seu orgulho é arrogante?
Não, não darei à luz amor com esse feio feto.
E se o feitiço for quebrado e fores como antes?
Sim, viverei com essa luz debaixo do lindo teto.

Quando falávamos, quanto prazer tínhamos?
Mesmo por vídeo, sobre o dia a dia incerto,
Partilhar o dia era algo que, alegres, fazíamos...

E se tu quebrares o feitiço e tiveres afeto,
E aprenderes a amar - como nós queríamos?
Então, terei o olhar de novo desperto,

Pois para tudo aquilo que nós almejaríamos 
Tenho sempre o coração aberto.
...

Eu entreguei-me como se fosses do meu próprio sangue
Mas tu puseste-me a sangrar no choro pelo corte da alma,
Numa sangria de fluidos intestinais o meu peito exangue
E apenas vou morrendo lentamente pelo rubro da calma.
Tinhas desejos carnais e quiseste satisfazê-los em mim
E eu tive o imenso prazer de satisfazê-los contigo
Mas, eu não era teu amigo, era o teu namorado,
Mas, para ti, tu eras apenas a mulher do engate
E quando o gato saltou para o teu colo, tu fugiste
E agiste como um rato com medo do perigo
Eu era mais do que teu amigo era teu namorado,
Não te esqueças disso e repito: eu estava contigo!
Tu puseste-me a sangrar mais do que o teu período,
O suor transformou-se em lágrimas pelo sentimento
Foi um tormento cada hora sem ti, porque antes eras,
E tornaste a minha mente em mil e uma quimeras,
Onde não haveria sol sem ti, apenas lua de sangue
Agora o meu coração enxague pela tua corrupção,
A vaidade, o orgulho e o narcisismo – a tua gangue
Bateram-me e deixaram-me nu numa rua sem chão,
E a solidão é dura instrutora de lições de vida:
"Nunca ames alguém que não oiça a mesma canção",
Pois eu empenhei bem mais do que um anel de rubi,
Reformulei todo o meu interior somente para ti
E para perceber a tua diagnosticada doença psicológica
Mesmo quando nada tinha lógica, eu tentei perceber,
Mesmo quando tu eras desumana eu humanizava-te
Eu amava-te como um pai ama um filho, um amante,
O enamoramento era uma constante e não tinha fim,
Ambicionava um futuro assim: contigo, somente assim,
Mas tudo tem um fim, e pelos vistos, nunca serás o início.
...

Neste mundo frio, cruel, ávido em desolação
Onde o ego domina, e o altruísmo é desfeito,
Eu quis, num esforço da minha imperfeição,
Dar-te, com todo o meu ser: o amor perfeito.
Mas para ti, não bastava essa total devolução
Era preciso mais do que isso para ser o eleito,
Por isso, desde muito cedo, perdi essa eleição
E hoje, essa triste derrota reconheço e aceito.

Eu lutava contra o mundo frio que te envolvia
E como tal, era quente demais para te esfriar,
Eu era intenso calor que apenas te aquecia
E tu querias alguém frio que te fizesse chorar.
Eu quis ser teu quando mais ninguém te queria
E não me importava o quanto teria de aguentar,
Mesmo que essa tua conduta fosse a mais fria
Eu faria de tudo para cuidar de ti e te esquentar.

Eu só quis ser tudo para ti, quando nem isso tinha,
Arranjando alguma forma de poder estar contigo,
Eu queria reconfortar, mas tu, querias ficar sozinha
Apenas não percebi que também não seria comigo,
Eu acreditei que não seria nada disso - culpa minha,
Eu não achei que eu também estivesse em perigo,
Mas agora a verdade veio à tona e, intensa, calcina,
E tu pegaste no meu eu, e ardeste-me em castigo.

Fui o culpado de me apaixonar por quem me queria?
Tenho culpa de não odiar a quem prezo e ainda amo?
Eu fui iludido a acreditar que o romance aconteceria
E não vi que no final da paixão imatura, haveria dano.
Quem me dera poder ter previsto - não me magoaria,
Agora escondido dentro das grutas de Adulão clamo,
Quem mais me estenderia a mão e em tudo ajudaria
E como vivo eu estaria, se não fosse pelo meu Amo?

Sempre te amei como se fosses o meu terceiro braço
E previa para ti igualdade e respeito na nossa relação,
Eu estudei muitos anos, mas todo o tempo foi escasso,
Por isso, Jeová ensinou-me tudo e deu-me a sua mão,
Eu tinha aprendido a amar-te mesmo no fatal cansaço,
Mas tu rejeitaste, e sobretudo, não aprendeste a lição:
Não é na estabilidade que se cresce, mas no fracasso,
E o nosso eterno laço, seria enlaçado no calmo perdão.

Eu tinha muito mais para te dar, e tu a mim, certamente,
Queria explorar todo o teu cérebro e a sua anatomia,
Mas nada disso pode acontecer, porque foste insolente
Não me deste a oportunidade que a maturidade exigia,
Ao contrário, foste muito fria e desnecessária semente
Que ao brotar gerou um mau fruto que a ti consumia,
E mesmo assim, ao sentires um sabor de ti diferente,
Nem quiseste os frutos doces da minha companhia!

Sinto-me triste por te deixar ir, e ver-te partir da ranhura
Mas fico feliz, porque por fim, descobri o tesouro em mim:
Tenho em mim a chave que toda a mulher cristã procura
Apenas não vou rodar na tua fechadura, o amor por ti.
...

Sou movido por mera esperança de que o carvão se torne ouro
Para poder ficar iluminado onde agora apenas existe o sujo,
Projeto como será esse trabalhado baú, em formato de tesouro,
Mas se esse baú for caixa de pandora, de certo, rápido, fujo.
... 

Suplico pela dor, pois o amor é traiçoeiro e mente na cara
Como alguém pode ser tão cruel para te iludir no sonho
E golpear o corpo são, deixar feridas que só o tempo sara
Apenas para afagar as mágoas do seu dia a dia tristonho?
Como alguém que sabe que aleijará, todavia, não pára
E apenas se declara pela carência do estado medonho?
Sim, é pelo gosto da companhia, pois nessa púdica tara,
Nada é virtuoso baseado no amor, apenas ego bisonho.
... 

Aí Jéssica Cruz, deixaste cair a cruz e ela tornou-se um X,
Uma arma de tortura dos séculos passados,
Onde fiquei preso nos pulsos e tornozelos,
Onde me torturaste com os teus beijos sádicos,

Se tu gostavas de mim e a mim fizeste sofrer
O que acontecerá aqueles que não gostas?
...

O que morreu em mim que não germinasse em sonhos?
Murchei na penumbra da raiz apodrecida pelo desgaste
Na terra húmida de tanta água derramada em lágrimas
"Vem plantar-me e implanta com todo o amor e energia"
Tu és a poda que apara a minha natureza constante,
Vérgil florescimento da biosfera numa natura de alegrias.
Tens maçãs douradas para colher e trincar ao ar fresco
Sobre a vegetação e de sete rios cruzando o azul Gilão.
Ao longe, vês-me florescer no caudal do cinzento Tejo
E arrastado para as margens descolorindo as flores…
Nem sempre te amei, mas tu semeaste em mim paixão,
E agora como negar o crescimento dos ramos do amor?
...

Eu amo-te e se não te amo nunca saberei o que é amar
Porque este sentimento não é nada e em tudo, insignificante,
Pois se não é verdadeiro não há esperança para a verdade,
E o sentimento torna-se apenas impotente, e não edificante.

No primeiro ato não havia amor, no segundo mera paixão,
Será que haverá um terceiro ato onde atuará o restante?
No caso, o pleno amor recíproco - essa plena emoção!
Quão apaixonada estarias em luz tão vera e apaixonante!
Ah, belo estado de verão onde apenas me encaixo contigo
E na noite onde as luas crepitam, eu entro em ebulição,
Amo-te mesmo que a lua me coloque em severo castigo
E de noite só te possa ver em meio da nublada escuridão,

Tem de ser amor se não for é grave demência rude
E cada caso é um caso perdido na louca perdição,
Talvez se fizer tais planos o teu próprio plano mude
E para isso eu conspiro e faço parte da conspiração!
...

Estava viciado em dizer o quanto gostava de ti
Tenho um ímpeto interior que me impulsiona a tal,
E essas palavras querem sair de dentro de mim
Mas sem selo, não há destino ou destinatário final,

Ficam perdidas nos correios sem dia de entrega
E apenas uma seringa de adrenalina me alegra.
...

Casais unidos, e tu sozinha, que odiosa forma de viver
O teu coração pede ajuda, mas tu não o vais socorrer,
O teu futuro também implora pela boa e racional união
Mas ao unir-te desapegaste, e causaste separação,

Quantos e quantos momentos perdidos no limbo
Por não escolheres bem, e assim, escolheres mal,
Para assinar a petição usaste o melhor carimbo
Mas para a rescisão preferiste o frágil dedal.

E como posso querer-te nestas situações tão adversas
Onde o caos e a loucura acampam de longe e perto?
Se não for para dentro da tenda de Jeová às pressas
Então, morrerei pela tua falta, disso sei por certo.
...

Se te vi por te ver eu quero, vejo vénus a dormitar
Eu sorri, não menti, o desejo é severo artista
E no meu ponto de vista vejo-te um ponto pintar
Duas ondas a retumbar no oceano canino
E se há derrocada no declínio é nele que tombo,
E nas cores da tua paleta o tinteiro é albino
Se não, procurei para ti mais cores de Colombo.
Não há mar que me impeça de delirar no sufoco
E fiz fogo posto na velha nau de regresso ao lar
Ondulado carvão de um tronco de Platão oco
Não volto a casa se não levar o teu resto composto,
Louco sistema de troca da frota do ouro pelo sal
Pois ficar enriquecido, era o inicial plano proposto,
Só que ao te ver em luzes magentas, fico esquecido
E não recupero a espera no teu dourado rosto,
Apenas desespero pela pintura do barco refletido.
Não há quimera no velcro da bandeira ateada a meio
De léguas a léguas navegando para bom porto,
Um mastro do teu desenho é aguarela de Janeiro
E pelos traços das linhas, o teu pincel é torto.

É fácil ser poeta da cidade e rimar com o esperado
Difícil é ser poeta de casa e continuar apaixonado.
...

Como ficar sem um pedaço de carne e viver normal
Mesmo que a carne cresça de novo, não é a mesma,
Não regenera as memórias musculares, não é igual,
O movimento move-se à velocidade da lenta lesma.
...

Durante o sono profundo numa noite sem carinhos,
Os meus lábios ficam descontrolados e algo os assalta,
Controlados pelo inconsciente ativo, mexem sozinhos
E murmuram em uníssono: sinto muito a tua falta.
...

Eis a tua coroa de louros banhado em azeite frio:
A última refeição como a última ceia de mim,
Com uma preta alma um preto vestido vestiu
E em mim, uma coroa de espinhos, coroada por ti.
...

Quantos dias há em ti para completar um ano?
Namorei dois meses, mas em mim, mais de metade,
Calculando dois anos – não parecendo engano,
Pois a intensidade era grande, como a eternidade.
...

Quantos saltos dá o sapo até morrer de calor?
Dentro da panela ele foi engando pelo lume,
Calmamente foi morrendo e sem sentir dor,
O calor era mais intenso, mas sem queixume
O sapo saltava feliz sentindo calor consolador,
Agora, morto, não percebeu o velho costume:
Matar lentamente e sem parecer matador
E por fim, matar, sem saber como – em resumo.
...

Como é que vales tanto se no mercado decaíste
E os valores estão negativos com seta vermelha?
Só há uma explicação: ao teu espelho mentiste
Pois, o alto valor de mercado, ele não espelha.
...

Se tu foste aquela que raptaste os meus filhos
Esfolam-me vivo, e percorre o corpo com a faca,
Mas devolve-os ou mostra-me os rastilhos
Para que os encontre e os retire desta estaca.

É a mim que queres, amarra-me com cordas
Tranca-me num baú, amordaça-me e, calado,
Não farei barulho mesmo que me mordas
Ou se a faca da tua língua me deixe magoado.

Sim, sufoca-me num tanque com água do mar
Até que não tenha mais respiração pulsante,
Medes a pulsação e quando estiver a desmaiar
Acordas-me com um longo beijo sufocante.

Se me queres, eu quero de volta, mil vezes,
E na maldade do teu amor ser maltratado,
Mesmo que sejas rude e me desprezes,
Mesmo que acabe com o peito mutilado.

Desde que ao final do dia tu olhes para mim
E de ti para ti professes a frase sem engano:
"Odeio-te, não te amo, mas mesmo assim,
Sem ti, não satisfaria o meu íntimo humano".

...

Tenho saudades indeléveis, mas tangentes,
Quando penso em ti, revives no pensamento,
As memórias renascem e ficam presentes
E o carinho por ti, vence todo o sofrimento.
Queria muito voltar às recordações recentes
E reviver esse carinhoso e terno momento,
Onde os nossos rostos ficavam contentes
Apenas por estar presente o contentamento.
Os corações são um só e estão tão carentes
Que chega a ser difícil o nosso afastamento,
No desgosto da ausência, não são prudentes
E inevitavelmente caiem no duro lamento.
Assim, ambas as partes têm de ser resistentes
E sobreviver à parte da mágoa e desalento,
Sobre as saudades, temos de ser pacientes,
Mas da minha parte, não sei se aguento.

...

Durante anos eu não te queria nem ver à frente,
E tu lembraste-te de mim e da minha companhia.
Olhaste da tua janela e o teu clima ficou quente
Mas não pensaste que, logo o meu, frio esfriaria.
...

Não me viste a banhar-me, mas foste reler as conversas
E olhaste para o quão bonita era a minha mente nua,
Tu mandaste a tua língua suave buscar-me às pressas
Persuadiste-me a te querer, nenhuma palavra era crua.

E de repente, deitaste-te comigo em tenras promessas
Até que, o ato estava consomado debaixo da lua,
Mas agora engravidei de ti e tu agora já não confessas
Dizes que nada tiveste a ver, e toda a persuasão recua.

Ficas pálida pois não esperavas isso, estás às avessas,
Envias-me para a frente de batalha, para que me exclua,
Sou ferido e sou morto. E o profeta disse-te sentenças:
Serás castigada e, pela recorrência, a pena não atenua.

Sinceramente, não espero que um dia amadureças,
Pensei isso antes, mas a maldade apenas continua,
Talvez te arrependas e em preces te entristeças
E que o teu amor aumente e o egoísmo diminua.
...

Quando vires todos os filmes de romance
Tu própria, para ti, desejarás fazer um igual,
E quando decidires dar-te essa nova chance
Não haverá atores para o papel principal,
Pois todos recuaram e não há quem avance,
Porque já sabem que o filme vai correr mal,
Nos dias de gravações não haveria nuance
Mas, depois, não haveria direção profissional.
...

@Jáo Pedro 2018-2024
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