Hinduísmo

Não sei o que é o fim pois sou o inicio.

Dizem que um poema hindu expressa o hinduísmo,

Mas um poema material não demonstra materialismo...

Então para quem não percebe a razão fica a sentença: 

Não é por escrever sobre cancro que padeço da doença!

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2018

Banhei-me no rio purificador
Para limpar os meus pecados,
Para retirar este meu odor
Para queimar meus fardos.​______________________________________________________________________

De carma em carma atormentado
Pergunto: porque continuo a viver?
Não tinha eu outrora alcançado
O nível máximo da luz e poder?
Oh não! Deveras fui enganado!
Afinal: como se pode morrer?!​______________________________________________________________________

2017

Quero acabar com este ciclo sem fim
Porque amar-te faz-me profundas feridas,
E devo ter um mau carma em mim,
Porque amo-te em todas as minhas vidas.
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Desde que te foste fui-me mas não morri,
A porta da iluminação eu consegui abrir,
Mas renuncio tudo o que até agora percorri,
Apenas espero morrer para te redescobrir.
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Pela Índia viajei em busca do tridente,
Até pelo sudeste asiático fui viajante,
Ouvi sobre o seu uso e fiquei contente,
Talvez com ele deixe de ser ignorante.
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Friccionando duas pedras o meu corpo iluminei,
De mim o ódio, o rancor e o desejo arranquei,
E finalmente o puro Nirvana alcancei.
Esta é a minha última vida, jamais renascerei.
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Quando o esqueleto humano cede
E a terra cobre a sua final estrutura,
O homem é qual matéria barrenta
Manuseável às mãos dos deuses,
Que por instinto construtor o renovam.
Porém que ideias têm para o renovar?
Quando o tiverem desmembrado
Como será a nova estrutura corporal?
Que tamanho terá a nova boca
Ou que dimensão terão os seus braços?
Como será a sua simétrica assimetria?
E o seu novo andar como será?
Os deuses reúnem-se e reconstroem,
Projetam e planeiam um novo corpo
Onde é introduzida a antiga alma,
E assim o novo Homem renasce do pó
Para viver conforme o seu antigo carma.
Mas como eles o renovam ninguém sabe,
É segredo sagrado dos deuses.
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Tenho um inimigo que me persegue,
Há anos que tenta me capturar.
Esse inimigo aproximasse mais
Mas eu recuo cada vez mais.
Os súbditos questionam-me,
Dia após dia interrogam-me.
Pois somos mais numerosos
Porém ajo como se não fosse.
Todavia tudo tem uma razão
Uma explicação plausível.
Não o matarei por temor
De quem ele pode ser:
Pois à nascença eu tive um filho
Que morreu nos meus braços.
E pela personalidade do meu rival
Temo que o meu filho tenha encarnado
No corpo do meu inimigo.
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Não te quero desejar
Se não serei infeliz,
Só quando o ciclo parar
Ai posso amar-te
Pois serei feliz.
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Surya despertou e despertou-me
Massajo as vacas enquanto canto
Um canto para Krishna o guardador.
Hoje o meu único filho espantou-me,
Porque dava graças a Shiva encantado
Não sabendo que ele é destruidor.
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Trishula
Talvez me destrua, talvez me salve,
Talvez me instrua, talvez me negue,
Talvez me renegue, talvez me adote,
Talvez me pregue, talvez me trote,
Talvez me note, talvez me ignore.
O tridente de Shiva não perdoa,
Talvez demore, talvez relampeje,
Talvez aqueça, talvez esfrie,
Mas não adoece nem esquece.
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Saltitando pela lama
Com os meus pés imundos 
Sinto realmente a natureza
Em contacto comigo.
Quando passo pelo templo
Sinto a natureza a vir a mim
E reencontro-me em cada passo
Que dou em direção ao altar.
Já chove lá fora na floresta
E as estátuas são lavadas,
Mas dentro de mim estou seco
E preparado para mais um dia.
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Tu és aquela que Shiva alegremente destruiu,
E por já só seres metade vens colar-te a mim,
Pensando tu que eu podia unificar-te em mim,
Mas fui eu que a Shiva a tua destruição pediu.
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A estátua de Ganesh caiu
Na pedra dura e destrutiva 
Apenas a sua garra se partiu
Graças ao seu pai Shiva.
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Escada a escada subo até ao templo
Às colinas nubladas do templo subo,
Contemplo o ainda inacabado tempo
E como ele sempre transforma tudo,
A natureza exalta o verde que há nela,
Que lindas as paisagens passageiras,
Queriam os deuses puder conhece-las
E puder comer do fruto do pessegueiro,
Mas o tempo para eles é inexistente.
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Presente no austero templo do meu amor
Foste acarinhada por seres o mais belo animal presente,
Iludiste os sacerdotes presentes com o teu esplendor,
Ficaste a morar entre as paredes do meu coração quente.

Havia graças, orações e muitos presentes para ti,
Tu retribuías as delícias mostrando a tua plumagem majestosa,
Eu vi o templo em festa sem igual e alegria obviamente senti,
Sem desconfiar que pelo teu engano era tua nas redondezas famosa.

Apresentaste-te como a mais gloriosa das espécies existentes,
E facilmente iludes com a tua lindíssima plumagem com mil cores
Mas acompanhando-te dia após dia vi que és ignorante e que me mentes,
Cada dia é mais evidente que o que escondes em ti são as mil dores.

Pensei que fosses meiga e silenciosa a que todos admiram e confiam,
Mas eu calado oiço o teu falar quando a tua cabeça oca toca,
E sem nunca antes ter acontecido todos ouvem e repudiam,
É por isso que Saraswati por um cisne te troca.

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Se fosse tudo o que parece...
Shiva e Ganesha dão-me alegria
Mas a realidade me entristece,
Porque sei que é tudo mitologia.
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O velho anda na rua tatuado
Oferecendo ofertas aos deuses,
Enquanto a filha nua do outro lado
Serve vinho tinto às cruzes.
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@Jáo Pedro 2018-2024
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