Poemas 2020

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A escuridão é a ausência de luz,
Porém, os meus pensamentos são luz,
na escuridão da minha mente. 
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A pombinha bebe no riacho da alegria,
É feliz piando a canção da felicidade,
Ela é livre e embeleza o claro dia
No meio da confusa e escura cidade. 

Se eu amo o seu doce chilreio?
Se eu amo o seu suave voar?
Estou aqui desde que ela veio
E agora não consigo regressar.
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Fiquei devastado quando soube
Envolto em lágrimas surpresas de fogo
Apenas bebendo absinto... ora bolas, minto!!! Confesso!
Aquilo que sinto é: felicidade! Alegria!
Tu pensavas que era suficiente
Uma cara linda! E ele apenas olhava o teu corpo!
Mas agora o copo entornou! 
E apenas restou a réstia da estúpida juventude! 
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Não sei, talvez melhor calado do que a falar;
Mas uma relação como aquelas,
Oh não! Não podia durar!
Porque a beleza cega e corrompe
 Devasta, degola, rompe,
E tu és apenas e somente
Um animal levado pela cantiga
E vitima da tua própria juventude!
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Que cambaleou até à sua queda
Aquando parou o seu coração;
É estranho porque ainda o vi vivo
E agora, morto, confirmo a teoria
Da fraca natureza da tua relação! 

Se a minha mente fosse lúcida
E a minha boca verdadeira,
Tu hoje não estarias presa
Nem serias minha prisioneira;
Porque as palavras prendem mais
Que as cordas, ferros e seus ais
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Eu não quis ser visto
Então permaneci quieto,
Entre a densa neblina;
 Atrás da árvore quieta
Sacudindo o pó das raízes. 
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Numa noite florescente onde as flores floriam,
Eu dormia por estar cansado de dormir,
E um som corrente tocava-me no ouvido:
"Não tens dormido Vai dormir".
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Foste superficial na partícula temporal endireitando a cervical para baixo. 

T: foi na negrume condição pai? 

Filho, foi uma vida comercial numa ilusão existencial onde o pó ocidental enganava a clavícula.
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Sim, às vezes confundo
O nascer com o pôr do sol,
Assim como
Quando estás feliz ou triste,
Mas gostava de entender
Pois assim preparar-me-ia:
Para o dia ou para a noite.
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No antigo Egito...
a múmia ficou supressa
no labirinto da pirâmide de Gizé,
Ela queria sair mas ficou presa
E desistindo ficou sem fé.
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A lua é rosa branca
Que circunda o girassol, 

O Sol é malmequer rosa 
Que dá cor à rosa branca, 

O teu abraço será a galáxia
E cada ponto estrelar!
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Outrora pensei pedir ajuda:
Não havia fala ou melodia,
Mas algo de ti desconhecia:
descobri que não és muda
apenas falas por telepatia.
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Faço parte da tua trincheira ideológica,
e guerrinho pela libertação desse pensamento em mim;
Mas a guerra é lenta, cansativa e desigual,
por isso antevejo um fim mortal para esse terror sem fim:
morrer estando vivo, e estando vivo morrendo dentro de ti!
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Dizes que jogas muito
Mas eu já te vi jogar...
És apenas um suplente
 Que sonha ser titular;
Mas não percebes que
 O banco é o teu lugar!
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Sou escravo do desejo
E só consigo desejar
Ser feliz ao teu lado, 

Preso no teu beijo
 Doce ou salgado
Calmo e libertador, 

E ser escravizado
Sempre amarrado
Pelo teu amor.
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Existem pessoas que não mudam,
 Porque, apesar de ouvirem bem,
Ensurdecem a mente...
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Estava na torre do relógio
Onde o sino era audível

E a minha cabeça sofria
Pelo seu primeiro batimento
E logo entrei em sofrimento:
Lembrei-me que era meio-dia!
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Tu foges de mim porque sou negro no coração 
E tu tão branco e claro como as salinas,
 Mas por favor fica descalço ou calça sabrinas
 Porque tens de ser delicado
Pois não quero ficar marcado
Com essa tua exagerada pureza que cristalinas! 
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Queria encontrar o fiel amor
Enquanto na vida crescia,
Mas ao invés descobri a dor
Que de cedo me preenchia.
De noite chorava
De manhã sorria,
Bipolar, mas com o tempo
Conhecedor:
Não era sofrimento, era falso amor que vivia! 
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Sei que das esferas que Deus fez
Em uma delas o tempo fez patente,
E, não sei quanto a vocês,
Mas disso eu não estou contente.
Pois não me contento com pouco
E as vinte e quatro horas são poucas,
Por isso fiz uma petição que aloco
Às aparentemente ideias loucas.
Então, choro e grito até ficar rouco:
"Sim! Quero que o tempo aumente!"
Talvez riam e me achem louco,
Mas para vê-la, 24h não é suficiente.
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Hoje mesmo faz um ano
Que o canto gregoriano
Foi piado do passáro,
Era uma ave suspeita
E hoje estou com medo
Pois sinto-a à espreita
Esperando que adormeça
E que louco me esqueça
Do que fora cantado:
Daqui a um preciso ano
Por mim serás capturado!
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Somos a semente do amor
Que cresce no tempo certo,
E não há chuvas ou muito calor,
Nada impedirá o seu alvor
E o seu pleno vigor está perto. 
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Pomba linda pomba bela
Voa lenta à janela,
Bate suave no meu peito
É contigo que me deleito,
O teu voo tão mansinho
Voa para mim amorzinho
Deixa-me ouvir o teu piar
Quero sempre o escutar
Seja no ninho ou na rua
Sobre o sol ou sob a lua,
Quero que a pombinha
Seja para sempre minha;

E entre a tua brancura
Foge longe a amargura
E nessa linda pluma
O meu coração se arruma
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Desculpa mãe...
Quero ser astronauta
E esta decisão passo a explicar:
Quando a beijo vou à lua e volto
E desejo sempre a ela voltar!
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E não quero procurar mais...
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Desculpa ser imaturo no que por ti sinto
Eu amo-te mas não te consigo amar plenamente
Porque os meus olhos nublados são cegos
E não veem que tu és luz dourada.
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Tu és o trágico romance que me perdeu pelos dentes do terror; foste enlaçado pela fantasia e só querias ação... mas essa aventura correu mal: primeiro mistério, depois thriller, e agora crime! Crime contra o guião divino! Não passas de uma novela, onde os episódios são lenta energia repetitiva, com uma lenta e lerda produção... tu querias a grande tela do cinema... mas nem passas na televisão...
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Não posso sorrir! Não! Enquanto o grotesco assassino falar enquanto dorme!
Quis amar o ciclone mas a natureza não brilha somente no belo, também abrilhanta a desgraça alheia.
Se por fingidor te darão um prémio, então esse será o de assassino de corações quebrantados;
Sim... eu não tinha lido a previsão do dia e não sabia que estaria tão nublado; agora,
Na angústia madrasta mostro o lema que encontrei perdido: 'Ama-me e eu amarei.'
Não foi preciso um mês, mas somente um dia, para cometeres traição, e te apaixonares pelo fruto no meio do jardim...
não chores quando pecares, apenas chora por mim, culpa-me a mim: porque o meu amor não foi suficiente para te salvar!
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A minha esperança morreu
E eu quis que fosse cremada,
Porque assim as cinzas
Podem voar até à tua cara,
E relembrar-te da certeza:
Nada dura, oh, nada dura:
Nem as cinzas da certeza!
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O meu coração foi transplantado
Para junto do teu peito,
Porque queria sentir o carinho
E como ele era feito,
Pois o teu coração transborda
De amor - meigo efeito,
E só queria sentir um pouco
Desse amor sem defeito.
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É pura, também humilde
E tem uma boa educação,
Apesar de lacónica ermita
Empenhada no que acredita
E com um bom coração. 
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O meu amor por ti é amigo
E para mim é castigo
Não querer algo mais. 
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Tu apareceste do nada
E eu fiquei confuso,
Nem sabia se eras real;
E agora estou triste
Por não ter percebido
O quão boa pessoa és. 
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O amor?
o amor é caracol lento
que lento tarda em 
chegar à conclusão:
o amor é real, e o 
medo a ilusão.
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Professor, desculpe, mas não fiz o trabalho de casa e por isso agora não sei o que é amor...
(...)
Pai, não sei porque damos o amor na escola, não me vai servir para nada!
(...)
Meu amor, amo-te tanto... apesar de não saber o que isso significa.
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As flores do jardim são puras
Os pássaros livres,
As águas profundas navegam,

Mas a flor torna-se impura
O pássaro fica preso,
E as águas paradas à superfície;

Mãe, eu juro que não sou o culpado...
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Tu és o doce mel que a tola abelha não descobre
Porque apenas vai para a grande floresta...
Mas não vê que tu não estás entre o outro polém,
Tu ficaste plantada num canteiro bem arranjado
Perto de casa num jardim abençoado e discreto
E agora és doce iguaria orgânica e caseira
Que adoça o meu paladar solitário e personalizado 
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Eu já sei como vai ser..
O amor há de vir em contramão
E haverá um claro acidente.
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É um sentimento triste o que o tempo finito trás: antes rapaz agora velho - é disso que o tempo é capaz. E ver-te agora dormir no mesmo lugar onde antes vivias, é fatigante. Mas sei que esse sonho é repousante e quando acordares serás jovem como antes.

-avô
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Eu sabia que irias piscar os olhos e fecha-los assim como a bruma se dilui na areia; agora a memória absorve a partida, e assim como a morte faz parte da vida, o despertar faz parte da eternidade.

-avô
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Eu sabia que irias piscar os olhos e fecha-los assim como a bruma se dilui na areia; agora a memória absorve a partida, e assim como a morte faz parte da vida, o despertar faz parte da eternidade.

-avô
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A morte não é nobre recompensa pelo trabalho feito e tempo prestado. O serviço na vida é mal pago com a morte iminente. Mas, enquanto dormes, eu já preparo o banquete da manhã, porque a morte dura só um dia, e amanhã de manhã a vida continua.

-avô
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Não há nada que possa fazer por ti a não ser ver-te partir pela traqueia do demónio, escorregando no veneno doloroso. A morte cria a tristeza e dor pela ausência, mas ao dormir não há pena porque o despertar está para breve.
Talvez se tivesse sido mais contemporâneo da tua fase boa na vida , hoje choraria pelo teu desaparecimento; ainda assim, espero encontrar-te no mesmo lugar onde partiste; e num ápice deitar-me ao teu lado, acordando no dia seguinte para brincarmos às escondidas.

-avô
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Silêncio! Não me acordes com os cascos do teu cavalo, sinto que esse som me calca os ouvidos, mas o teu cerebelo está exposto e não consegues ver a minha face perturbada com o estridente barulho. Junta-te à minha cavalariça para a grande viagem pelo inconsciente que em silêncio partirá esta noite.
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Confesso que te amo no desespero
Enquanto te espero amar,
E amar-te esperando espero
Porém quando te amo desespero
Por te amar.
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Tu disseste que ficarias ilesa
E que me esquecerias no nevoeiro,
Que cortarias ao meio o herdeiro
No pequeno rebento pensamento
No teu esquecimento vileza
Dizendo que sou mero passageiro...
Mas, querida, tenho uma surpresa:
Tu que pensas com frieza
E achas que me fui no nevoeiro
Mas devo-te dizer esta certeza:
Aqui o D.Sebastião voltará inteiro!
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É estranho. Eu dito: compito com o tempo ouvinte e sinistro choro com o vento triste. Alisto: a lista é grande, ouviste? Falo sozinho, é estranho formar frases para ler depois, um monólogo de eu para mim. Suspiro: o sonho acabou, mas não senti o fim do surrealismo na minha vida. É estranho.
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Eu disse que ela era gira,
E ela disse: imagina ficares comigo
Não só como amigo mas algo mais,
Viajarmos pelo mundo, descobrir capitais!
Eu respondi: eu disse que eras bonita
E acredita, até de mais, mas
Eu quero uma mente rica
Não apenas uma cara com abdominais. 
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Ouvi dizer que muito falavas
E que muito falas e pouco dizes,
Dizias que na selva leões caçavas
Mas só te vejo a caçar predizes.

À minha frente eram falinhas mansas
Elogios e muitas palavras ocas,
Os teus beijos eram como lanças
Mas para me ferir eram poucas.

E andas a gabar-te ser um grande caçador?
Disso não tenho a certeza...
Aliás, até hoje me pergunto com pudor:
Serás tu o caçador ou a presa!?
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Enquanto estava de sentinela

Eu esperava por ela
Mas ela esperava por ele. 
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Tu deixas-me sozinha,
E tal como uma andorinha
Só voltas na primavera.
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Agora revela-se a personalidade:
A tua coragem está num botão!
Parabéns o teu QI da falsidade
Tem aumentado, que emoção!
Porém digo-te aqui a verdade:
Podia enterrar-te em palavras
E entrar no modo destruição,
Mas como és burra tenho piedade.
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Cata vento passageiro,
Concedeste-me o teu perdão,
Mas não foste verdadeiro
Enganaste-me na direção;
E depois falas-me de santidade
E de ser um mau cristão?
Começa tu a dizer a verdade
Que já enjoa tanta infantilidade
E falta de noção...
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Tu dizes que tens caráter?
Diz mais mentiras hilariantes!
Mas já não me enganas:
Sei mais sobre ti agora
Do que sabia antes. 
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Eu não te concebo como a perfeita peça
Mas sei que foste construída por mestres
E vejo-te como a imperfeição mais perfeita.
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Eu admito a derrota tal guerreiro derrotado
Apenas não deixarei que o orgulho me mate
E morra antes da próxima batalha! 
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Fala comigo, por favor,
É tedioso o teu silêncio
Que me entedia o peito
Ensurdece me a certeza
E escurece as palavras.
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Agora já não posso pensar em ti musa,
Materializaste-te em ilusão mitológica,
E já não estou crente da tua existência,
Porque te eternizaste na mítica solidão
Ao invés de eternizares a tua existência?
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Eu sou do tempo
Onde o tempo
Não existe.
Mas agora
Há horário
Para tudo. 
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Então eu vi que algo estava diferente
E não eras tu com quem falava, mas
Eu queria dar-te uma fala
Pois não usavas a tua, estavas calada,
E quando falaste, não entendi:
Não sabes falar, ou isso é mesmo ódio a mim?
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Não peças desculpa pelo meu tempo perdido
Fui eu que quis amar-te intensamente
E fazer-te total e diferente em mim mesmo;
Tu apenas travaste esse galope constante
E lançaste as minhas esperanças para trás.
Sou eu que peço desculpa, sim apenas eu,
Por não estar ao nível da tua exigência.
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Cega eternidade 
Nasceste mesmo ignorante,
E por isso bates com a cabeça
No mesmo buraco que abriste,
Mas a dor não é suficiente
Para tirares a venda que te cega
E veres que o mundo
Não é só essa parede.
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Porque que deverias importar?
Fui para ti apenas uma brisa
Uma gota evaporável
Uma sombra movível
Um conforto passageiro;
Porque deverias te importar
Com os meus sentimentos
Com os meus pensamentos?
Fizeste bem em desprezar-me
Fizeste bem em ignorar-me;
Fizeste bem em estar calada;
No fim de tudo, não sou nada,
E para ti sou muito menos.
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Na minha mente houve um tumulto!
As emoções queriam abrir o túmulo
Dos meus pensamentos
E desenterrar a tua imagem
Do meu esquecimento! 
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Será que o vento é vento se não ventar? Penso que não, pois a ação do vento, por ela própria, define o vento. Se não ventar, não há vento. Ou seja, o sujeito e a ação estão ligadas.
E nós humanos? Existimos se não vivermos? Mas, o que é viver? Um vendaval ou uma brisa? 
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Tu mataste-me e seguiste em frente
Totalmente indiferente
À vida humana.
Escrevo pois não feriste corpo e mente
Mas psicologicamente
Estou morto na lama.
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Para ti toco a minha harpa,
o violão, o reco reco
E em troca tu tocas-me a tristeza, angústia, solidão,
E graças a essa maldade e o seu eco
Ouço essa tristeza em constante repetição..
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Na minha nau navego por terra
Desvendando um novo mundo,
E finjo ser profundo, homem de guerra:
"Sou marinheiro terrestre e vou até ao fim!"
Mas na verdade estou perdido
E não sei de onde vim... 
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Cornona, Corona,
Sentaste-te no trono do mundo
E o mundo irá destronar-te.
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Pensei que as minhas palavras
Fossem claras, esclarecedoras
E as minhas intenções evidentes
Mas tu não ouves o meu berro..
Infelizmente vou ter de ir embora
Sou paciente, mas não de ferro... 

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A minha língua se cala
Pois é seco e seca a fala
Aos teus distantes ouvidos,
Mais perto estão os dedos
Do teu longínquo olhar
Que me olha pela tela;

Essa tela azul do mar
Junto ao amarelo da areia
Mais o magenta da emoção
Refletem a cor dos teus olhos! 
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Lua calada, como aguentas?
Todas as noites olhar para ela
E não lhe dizeres nada? 
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Lua,
No meio da escuridão tu falas
Lua,
Dá-me coragem para eu falar
Dentro da escuridão.
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O tempo sopra pois pensa que a tua beleza é fraca luz de vela perecível,
Mas o que ele não sabe é que o que te torna bela é chama olímpica e inextinguível
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Molhei o bico na negra lua
E agora há consequências,
A sua composição era crua
E fui parar às emergências,
'Dr, o meu corpo só flutua
Faça-o voar, pelas ciências!'
Dr: "darei algo que atenua
Mas voar nunca mais será
Uma das suas valências..."
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No teu peito há lua minguante
Pois a parte restante da lua
Brilha nos teus olhos escuros! 
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A imperatriz da antiga china
Amava o marinheiro português,
Mas ele amava uma dançarina
Do simples povo chinês...
Furiosa, deu-lhe mortal morfina
Para que morresse de vez,
Ele então beijou a doce menina
E definhou amando-a na lucidez.
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És o lindo pardal que se
Refresca no riacho da alegria;
Quando oiço o teu chilreio
Sinto o frescor da felicidade
Em mim. 
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A incerteza acorrenta a minha mente,
Incinera o meu coração; exausta-se
ao desespero e enxuta a minha tranquilidade.
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Eu pensava que era amor aquilo que as outras me faziam sentir,
E que era normal sofrer dia e noite esperando ve-las sorrir
Correndo atrás ouvindo: "corre atrás de nós, deixa o coração cair"
Vivia feliz mas iludido não sabendo que a ilusão me estava a iludir,
Estava convencido e quando te conheci não fez nenhum sentido,
Pensei: "Isto não pode ser amor... O que estou eu a sentir?"
Não tinha medo, ansiedade, sofrimento - comecei a refletir
Discerni: o amor é flor doce que faz outros por ela se atrair
O seu pólen não nega, não esconde, não faz outros sucumbir
Não é triste, nem feliz, não pensa, não sente, serve para servir,
É mudo, é cego, é surdo, é coxo, é frágil mas deseja possuir,
O amor era afinal aquilo que nunca tinha vivido e estava a descobrir.
O amor é tudo o que tu me fazes viver e por fim admitir:
O teu "amo-te para sempre" é a única frase que quero ouvir.
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A distancia gananciosa quer a presença dela
Afasta-me dela por gozo, o tempo
Massacra a minha mente, perturba o meu coração.
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A lasciva distância é perversa,
Espreita pela fenda do tempo
O desespero da fraca carne humana;
Regozija-se com os apertos dos peitos
Ofegantes e que desesperam ansiosamente
Por proximidade do que longe fica.
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O tempo foi falso comigo...
Prometeu parar
Mas acelerou... 
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Gostava que o teu coração não fosse pedra calcária
Nem dura e escura rocha vulcânica,
Mas sim mineral brilhante e doce ouro. 
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Eles não conseguem fugir ao preconceito
Pensam que são os donos por direito
Do mundo em que vivemos. 
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Durante a noite fico na janela a falar com a Lua,
perguntando-lhe o que o Sol lhe tinha dito
sobre o que a minha amada fez durante o dia...
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Se olhar para o firmamento
Consigo ver-te e verter-te
Nas ondas dos oceanos!
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Perguntei ao amor:
Tu és puro mas ingénuo sentimento?
Sabes distinguir cada pensamento?
Respondeu: sou cego e não aguento
saber que amar é visível argumento!
Respondi: assim, como se tem a noção
que o outro sente o amor que eu ostento?
Respondeu: pelo bater do seu coração
oh sim! pelo seu ofegante batimento! 
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Até o tempo se perdeu.
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Às vezes os dias são funestos e não há festa,
só há frio em gelo solidificado no crematório.
Mas há túmulos que não são eternamente fechados,
e há esqueletos que um dia dançarão.
Quantos aos vivos, resta a esperança.
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Um dia tu compreenderás!

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Que nunca aconteça dizeres:

Aprendi o certo desde nova
Mas escolhi-o de forma imatura,
Agora sem amor cavo a cova
Da tristeza - essa doença sem cura..
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O feio, negro e nublado céu foi-se,
O entulho das nuvens desapareceu
E hoje vejo claro o teu claro sorriso
Na água refletido em plena alegria
Ele já existia nas trevas, mas hoje
Vi na lucidez dos meus sentidos. 
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Conseguira eu sonhar contigo
Para que te pudesse sempre ver,
Assim não sofreria o cruel castigo
Da rude distância
Que me oculta o teu ser! 
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Se a felicidade é procurada,
Pelos cientistas estudada,
E pelas religiões ensinada,
Porquê que ao encontra-la
Não posso pensar nela?
Só por causa da distância,
Dos meses? Da razão?

Querido Medo,
Escrevo-te para partires ainda hoje.
Fica longe.
Cumprimentos,
Vida.
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A lua nova apareceu
E por fim o céu se renovou,
Mas a sua face desapareceu
Quase toda escura ficou;
E eu que queria conhecer
A nova face na sua estreia
Vou ter de me contentar e
Esperar, que se torne lua cheia.
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Ele disse que,
Por ter mentido
Estava a ser perseguido
E ouvia ruído e agitação,
Eu disse:
Sim, estou convencido
Que o que tens ouvido
É o remorso no teu coração!
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Fui um nobre rei no deserto
Onde o pó e poeira me engolia
Não tinha nenhuma companhia
E só os camelos estavam perto.
Foi num deles que eu montei
E viajei para um oásis aberto,
Mas lá quase me afoguei
Então voltei para o deserto.
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Eu pensava que era feia
Porque o espelho me dizia,
E eu olhava com agonia
A imagem refletida;
Mas hoje sou crescida
E o espelho tão pequeno...
A beleza não fez a vida
Nem o espelho foi veneno...
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Tu eras a linda felicidade
Eu era a feia tristeza,
E por minha sorte
Era de minha vontade
Ser feliz e ter beleza!
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Porquê que o meu desejo:
Unir carne com carne -
é apenas fantasia?
Não haverá a agulha do amor
E a linha da paixão?
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Sinto a falta das tuas palavras
Essas que me dizias sem pensar,
E por isso tantas foram as vezes
Que te esquecias do que dizias.
Agora, que te foste, volta de novo
Com as palavras que me enganavam
E me faziam acreditar
Que com elas era feliz.
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Eu quero mas não
consigo esquecer
O que tu já esqueceste
e tão rapidamente
superaste,
Qual o segredo?
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Apenas queria entrar
no teu pequeno mundo,
mas não deixaste,
mas agora percebo;
sou grande demais
para entrar num
espaço tão pequeno
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Eu não te quis dizer nada
Porque pensei que não dava
E que nadava na manteiga.
Pensei:
É apenas pessoa muito dada
E não quer nada comigo.
Hoje? Hoje sei que me amas,
Sim, sei que tu o negas, mas
O teu inconsciente é amigo
E contou-me tudo.
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Eu sei que ainda falo disso
Mas não posso evitar lembrar
e eu bem queria manipular
o esquecimento e tentar enterrar
a minha memória, mas fracasso.
Assim como uma cidade fantasma
eu fui abandonado após ser
amplamente construído na ilusão
do desejo da mega metrópole.
Fui ingénuo arquiteto
ou péssimo negociante?
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O sangue circula nas artérias
e as articulações auxiliam
os músculos, os ossos
formam o esqueleto,
enquanto que o coração
forma a dor que se
propaga na mente.
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Discorres nas núpcias celestiais
O teu romântico amor por mim,
Eu leio-te nas expressões faciais
E grito e rogo-te: fala, fala mais!
Não te cales como os demais
Quero sempre amar-te assim!
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Senti o doce orvalho nas silvas selvagens,
E as tuas palavras eram beijos daninhos,
plantados no canteiro das rosáceas agrestes.
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Pressinto que vou amar-te muito
Na obsessão de cada minuto
Esse é o meu amigo presságio,
Uma ideia coletiva passada
De desejar o que és pelo ser,
Prevejo a alegria no teu rosto
E sei que ficarás feliz por mim.
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Se o percurso é longo
Então faz-te à estrada,
Ainda podes chegar a tempo....
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Eu procurei nos profundos oceanos pelo tesouro pirata,
e encontrei: ouro, rubis e prata.
Mas a felicidade é imaterial, e a busca mais satisfatória que o achado.
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O oceano e a lua são dois amantes;
e por evaporarem essa água para cima,
as nuvens são as melhores amigas de ambos.
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Será que foi um erro
quando te quis dar
o meu ossado esqueleto
manchado com o sangue
da minha paixão por ti?
Digam-me, sou novato,
Fiz mal ao desejar
oferecer-lhe a plena
anatomia da mente e o
pleno mapeamento dos
anatómicos neurónios?
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Procuraste o crime onde não existia
e acusaste-me do crime com malícia
enquanto falavas sabias que mentias,
Tudo para o teu canal ter noticias.
as audiências aumentavam e tu rias
Ganhavas fama com as minhas feridas
E previas que não iria fazer nada
Como um gato sem patas e sem vidas.
Sim, tu vieste até ao meu consultório
E fui o teu carneiro e bode expiatório.
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Eu juro que não sabia
E pensava que vivia livre
Num sentimento verdadeiro.
Mas afinal nunca o tive
E apenas giro numa mentira
Pois apenas vivo num viveiro.
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Para ti seria indiferente
Que escrevesse ou cantasse
Que corresse ou dançasse;
Para ti era indiferente
Nunca seria suficiente
Pois na pele não há arte.
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Antes, tu vendias cestos nas praças
E as minhas palavras bastavam
para te convencer do amor;
Mas hoje estudas arte,
E as palavras já não valem
Tanto como vale a imagem...
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no circulo dos meus amigos não vales nada,
mas no circulo dos teus neurónios és poderoso;
espécie única de mutante cósmico invencível
Peixe, ave, bípede, quadrúpede que rasteia,
Quem terá razão?
Os olhos deles, ou a tua auto-percepção?
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Acorrentei-me ao insucesso,
Perdi peso, perdi em excesso,
Confesso: emagreci demais,
Agora vivo magro, anorético
Procurando comer, mas,
Incansavelmente vomito,
Hoje sou bulímico e choro
Por ser gordo em demasia...
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Alegras e entristeces-me
Pois breve vens, breve vais
Levando a minha companhia,
E a amarga espera continua
Até que voltes de novo.
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Estive à espera o dia todo
Pelas tuas curtas palavras,
Agora, não vás, fica aqui
A noite toda, saciando o
Que esperei no dia todo.
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não me desgraço
aquilo que eu faço
é aquilo que eu posso.
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Eras água benta, detergente
Para a minha pura unção,
Eras ouvinte benevolente
E ouvias minha oração,
Como freira no convento
Tu benzias meu coração,
Eras a minha confidente
Mas passaste a confissão.
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Oh sim! Eu fui à biblioteca
Aos livros mais antigos
Ainda com letras arcaicas,
Era de noite, estava escuro,
Muitos fósforos usei
Enquanto procurava,
Oh sim! Louco e frenético
Pesquisava, o teu nome!
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No solstício do amor
Desabrocha a paixão,
Nasce o imo polinizador:
A apaixonante estação
Que poliniza o coração
Com o mel do romance!
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Todos me criticam
Por ser conservador -
Confesso isso de mim,
Porque preso ao amor
Cego me contento
A ter palas só para ti.
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Da minha reputação fugia
Mas parei; pensei:
De onde os boatos vinham?
E finalmente reparei:
De pessoas que inveja tinham
E parado ria, pois notei:
Queriam ser como eu
mas não conseguiam!
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estou apaixonado
mas nem vou tentar,
a experiência diz:
estou predestinado
a falhar.
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Eu sei me apaixonar
Mas não sei apaixonar
A quem estou apaixonado.
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Pelo mundo já tinha viajado
E por todo o lado procurado
E apesar de nenhum achado
Tive duvidas da conclusão!

Todos souberam do meu estado
Por todos fui apoiado
E pela NASA fui convidado
Para fazer uma expedição!

Diziam eles ter encontrado
Um novo planeta mutilado
Repleto de vida - abastado,
E queriam saber quem são.

Ninguém disse para ter cuidado
E eu não perguntei, fiquei calado
Cego, fui para lá fardado
Com o fato da organização.
Eu não pesquisei, fui informado
Mas devia ter pesquisado
Porque o que foi achado
Foi uma grande desilusão...

Cheguei à Terra frustrado
Sim! Até devo ter chorado,
Mas no fim fiquei alegrado
Da minha final conclusão:

Agora sei: estava errado
Pois não foi encontrado
Em nenhum outro lado
Alguém com o teu coração!
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Através da alquimia
Tentava transmutar-me
Em partículas atómicas...
Assim,
Dividido microscopicamente
Após levado pelo árido vento
E chegando perto de ti,
Podia materializar-me
E unir-me contigo
Na existência molecular!
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Oiço ela a cantar
E, escondido,
Para ela canto!
Quem me dera
Poder chama-la
Para um canto,
Dizer: és encanto!
E ela, para meu espanto
Diria: é para ti que canto!
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eu pensei que o organismo era ameno,
e que o sangue era liquido quente
que aquecia o corpo e o coração,
mas em ti o frio gélido é evidente
e o que deveria ser líquido ardente
entra em processo de solidificação.
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Se amor com amor se casa
E doce com doce se une,
O que fazemos separados
Esperando o tempo passar?
Que nos unamos com a natura
Sendo felizes desde este dia,
Aproveitemos o amor doce
Façamos a amorosa doçaria!
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Triste e sem norte naveguei,
Navegando na tempestade
Com dor, sem cor, sem riso,
Mas hoje tenho rumo e sei:
És a linda bússola do paraíso.
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Eu disse:
Enfermeira, tropecei no amor
E fiz uma ferida no peito,
Preciso de um novo coração!
Ela disse:
O que você sente não é dor
O seu coração está perfeito
E palpitando enorme paixão!
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"Enfermeira, explique-me a razão
Do meu coração estar ofegante",
"Você tem um forte coração,
Por isso só poderá ser uma razão:
Você respira amor constante!"
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Numa palestra machista:
"Existe mulher calma e amável,
Será que existe a mais confiável?
Não! Todas arranjam confusão!"
Eis se não quando o palestrante
Ficou mudo, pálido, balbuciante
E teve uma clara e distinta visão:
"Há uma! Há uma formidável
Não é a ninguém comparável
Nem ela própria tem comparação!"
O público ficou furioso, chocado,
O palestrante ia ser apedrejado
Mas falou antes da rebelião:
"Aquela de que agora tenho falado
Tem de ser por cada um achado,
É a que nos desencanta o fado!
É a senhora do nosso coração!"
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Quando vieste no voo da humildade
Eras sincera, eras simples, eras pura,
Mas pela primeira vez vejo falsidade
Embarcaste: coração frio, mente dura,
Acompanhaste a arrogância, vaidade
No avião da falsidade e da amargura,
Despenhaste: agora sentes saudades
Da pessoa que eras na altura...
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Gostava de engrandecer-me
Para chegar à tua altura,
Pois és uma estátua gigante
Polida em acácias douradas,
E eu, as ervas dos teus pés.
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O seu amor é anarquista
Ama todos, grande confusão...
É melhor fazeres uma lista
Para veres que não é ficção,
Tens de ser mais realista
Tens de ter a lúcida noção...
Eu ajudo, faço de copista
Porém já sei qual é a conclusão:
Tu vais ser a maior recordista
E direi: parabéns pela conquista
És uma enorme desilusão!
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De dia não vieste e até à noite eu esperei
E acreditei que à noite aparecerias,
Mas o eclipse apareceu e no escuro fiquei
Então esperarei pela nova luz do dia
com a qual antes me luzias.
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Já nasceste tonta e torta
E nem com a idade cresceste,
Agora o esforço não importa
A minha amizade perdeste,
Por isso,
Enterrei-te na minha horta...
Eu sei que não estás morta
Mas para mim morreste.
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Antes havia Sol, e a nuvem apareceu.
Porém, não aguentou,
A nuvem derreteu e começou a chover.
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"Enfermeira! Veja o meu estado!
O meu peito está inflamado
O meu cérebro ficou queimado
E cá dentro sinto quente ardor."
"Sr, você não está acostumado?
Disto não deverá ser curado
Porque está enfim apaixonado
E o que sente é real amor!"
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Eu já não sei escrever poesia
Pois finalmente sinto amor,
Verdadeiro amor, e de repente,
Não sei o que sinto,
Confuso, compito com o tempo
Para perceber se é um sonho
Ou se amo na realidade.
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O amor é intemporal e imprevisível
Surge na vida seja de dia ou noite
E somos apanhados de surpresa,
Mas quando abraçamos a oferta
Queremos também devolver algo.
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Deitado na maca do hospital, morrendo,
Desisti de viver e aceitei o duro término,
Mas o teu sorriso era uma estranha vida
Que me obrigava a lutar contra a morte,
Em pequenas doses sorrias e me curavas
Até que, por fim, com o teu beijo, ressuscitei!
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Lançaram-me da janela de um hospital
E depois de cair, colidi com a água,
Estava a afogar no oceano atlântico,
Mas fui apanhado por uma rede.
Os pescadores escamaram-me,
Vendendo-me à peixaria da praça,
Lá fui comprado por um doutor
Que me adotou como seu peixe.
Vivia dento de um aquário gigante
Respirando pela ponta do nariz,
Porém rápido ele viu que adoeci
E levou-me para um hospital
Todavia o médico analisou e disse:
Amigo, este peixe pertence ao mar...
Lançaram-me da janela de um hospital...
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Olhas para os teus contatos:
Queres falar com alguém,
Talvez a lista seja grande
Mas concluis: não há ninguém.
Mas se tu tens essa pessoa
Agradece-lhe, vale mais que cem.
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A depressão está à espreita
Sussurrando: "pensa demais
Vá, pensa!" ... Ela é esperta
Pois são pensamentos tais
Que a farão ser a eleita
(Por métodos ilegais)
Em mim nos dias à frente...
As emoções serão iguais
Deixar-me-hão deprimente
Serão sentimentos graduais
E será triste a minha mente
Sem cordas vocais...
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No peito raptado o amor reflete
Sem resgate dado, foi abandonado
Agora condenado suicídio comete.
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esvaísse entre as brumas
a cansada canção de amor...
Está molhada nas ruínas
Das noturnas e citadinas
Rochas onde a onda bate.
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Eu tinha um mundo e fiz-te a minha única deusa
Só a ti te adorava e amava como a vida e veias
A minha esperança estava no que te endeusa,
Mas tu pecaste, deixaste de ser a minha cleusa
Agora a esperança e alegria são de ti ateias.
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Se existem vários tipos de amor
também existirão vários tipos de tristeza.
A tristeza originada pelo sentimento da saudade
é equivalente ao Eros no amor,
onde o extase é alcançado com o afastamento total...
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Encontrei nas profundezas da gaveta
Enterrado entre cuecas e meias...
A sua cor antes dourada ficou preta
Enrolado no pó e coberto de teias,
O tempo passou na triste ampulheta
E entristece ver o suor das veias,
O colar que te ofereci numa valeta
Nunca foi usado pois tu me odeias.
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o corona vírus ensinou uma coisa:
somos mais pequenos que um átomo
uma mera particula de poeira,
o elementar cristal mais frágil,
a lesma mais cega e perdida,
Não sabemos o dia de amanhã
Nem governar a nossa vida...
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Preferi ver o barco afundar
Pois não conseguia suportar
Não salvar todos os bens.
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Eu não sei quem és tu pois não te conheço,
Mas pelo teu jeito de estar, quero conhecer,
Pois alguém como tu nunca vi viver - confesso -
Mas será que mereço essa honra tão ousada?
Tu és muito apaixonada e um ser apaixonante,
Apenas tenho muito medo de me apaixonar
E de te afastar de mim na longa vida a diante,
Porém, contra esses loucos impulsos lutarei
Para que com madureza conhecer quem és,
E vendo com clareza, descobrir a profundeza
Da tua personalidade da cabeça aos pés.
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Sonhei contigo
Doce mar português,
E de lés a lés sentia
A doce companhia
Do amigo chegado.
És mar procurado
E mui perseguido,
Foge, vem comigo
Nos percamos de vez
Na insensatez
Do barco à deriva!
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Chovem primaveras sobre o mar da lua
Onde naufragam astronautas sem direção,
Mas eu navego com rumo na minha falua
Que sobre o espaço sideral calma flutua
À procura de uma cura ou da salvação.
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Pensei que geração após geração
Com o tempo ficasse mais imperfeita,
Mas quando conheci o teu coração
Percebi: a teoria tem de ser refeita!
Porque a tua pureza e dedicação
É linda, e doce a todos deleita,
Em ti há menos imperfeição
Tu és pessoa mais perfeita!
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