
Poemas 2023
Aqui estão presentes 109 poemas.
Porém existem mais 137 poemas de 2023 espalhados nas Categorias de Poemas
A fragância tem um segredo,
Não identificado cheiro,
Oculto na identificação.
Olfatos treinados falharam
Faros de cães falharam
Na impotência da deteção,
Temos de socorrer o aroma
Enfrascalo em recipiente
Vidro grosso e resistente
E analisá-lo em laboratório.
______________________________________________________________________
Espero por Deus no corredor da espetativa
E dou voltas, esperando que chame o meu nome,
Qual será o seu prognóstico, a sua decisão?
O que foi escrito na ata das decisões celestiais?
Aguardarei mais um pouco, e talvez, logo saberei.
______________________________________________________________________
Probióticos degenerativos
Gerados pela bioquímica
Biomassa ácida corrosiva
Refluxo de ácido sulfúrico
Químicos ambulatórios
Medicação ornamentada
Fármaco quimioterapeutico
Moídos em pó austuriano
Confecionado em tubos
E servido em exames.
______________________________________________________________________
Tu és fria por fora, um cubo de gelo,
E não aceitas o meu quente carinho,
Porquê? Pois sabes que vai derrete-lo,
E perdes o controlo do teu caminho,
Mas, por dentro, tu querias tê-lo
E dia após dia sentir o quentinho
De alguém a amar-te com tento zelo.
Então deixa-me ficar pertinho
E fazer-te sentir amada com anelo.
______________________________________________________________________
Como arqueólogo do amor
Eu continuo a escavar-te,
E encontro uma estatueta
Da minha silhueta a beijar-te,
E tu foste esculpida a sorrir
E isso ajuda a Incriminar-te:
A história ajuda-te a assumir:
"Eu gostava de amar-te!"
______________________________________________________________________
Foi um erro amar-te? Não,
Foi um erro não tê-lo feito mais cedo
E prender-te sem receios
Aprisionar-te sem escrúpulos…
Mas, nesse caso, estarias numa gaiola
E não serias um pássaro livre que pia,
E dessa forma nunca estarias contente,
Que triste sina, que triste vida e fado:
Aprisioná-la deixava-a descontente
Sem ela, fico eu destroçado!
______________________________________________________________________
Quando me lembro de ti nos meus braços,
Penso numa pequena lagartinha
Apegada à sua folha de outono,
Dando pequenas mordidas nas pontas,
Dobrando feliz as suas patinhas.
______________________________________________________________________
Cresci a acreditar que criava mundos
E a gerar nova realidade pelo desejo,
E sei que em pensamentos profundos
Eu sempre vou ter o que almejo,
Mas, eu queria que fosse diferente
E desta vez, fosse o completo oposto:
E que te ter não fosse só na mente
E que não te ter, não gerasse desgosto!
______________________________________________________________________
Não fujas do amor que tens por mim
Agarra-o e não o deixes partir,
Não resistas nem o ignores,
Luta por ele, pelo final do túnel
Onde há uma longa luz de alegria,
Onde a tua alegria se funde
Com a minha felicidade eterna.
Não abandones tu a felicidade
Dá-lhe uma chance, não duvides
Tu és o meu amor mesmo na dúvida
E a certeza que o amor existe!
______________________________________________________________________
Porquê que os grandes sábios sentados sobre as rochas
dizem que o nosso amor não resultaria?
O que sabem eles sobre o amor?
______________________________________________________________________
Talvez me tenhas magoado e eu tenha colocado em tribunal um processo contra ti,
Mas, no final, os meus sentimentos estão todos do teu lado e nenhum a favor de mim.
______________________________________________________________________
Estive a falar com o meu coração e ele disse que ainda te amava
E que não fazia sentido perder esses sentimento neste momento,
E eu mesmo verifiquei e fiz vistoria pelo corpo e ninguém te odiava,
Mesmo que todos estejam a viver em plena angústia e sofrimento.
E também recolhi relatos do corpo perguntando sobre essa decisão
E todos eles responderam em uníssono com o aval da minha mente:
Porque apesar da confusão e ela te ter deixado sozinho no chão,
Não faz sentido odiá-la se nós sentimos que tu a amas intensamente.
Incrédulo com a resposta, questiono o meu íntimo e a minha alma:
Como não detestá-la para a esquecer mais rápido e não sofrer?
"Quando o amor é verdadeiro, não é egoísta e em ti existe calma
E entendes a causa dela, e continuas com o desejo de a ter!"
Sim, talvez nem o ódio ou o amor tenham vindo e estou magoado
Mas por ti não sinto rancor, apenas continuo apaixonado.
______________________________________________________________________
Por último, um último suspiro…
Talvez um dia desembarques com vida
E cheia de vida regresses a bom porto,
E após a euforia, uma questão contida:
Será que ele ainda está vivo ou morto?
Talvez nesse dia eu ainda esteja vivo
Mas esteja morto em relacionamentos,
E tu ressuscites de novo o sonho cativo
Que apenas é expressado em lamentos.
Tu desbravaste matos e montanhas
Andas e andaste, mas nada te cansou,
As espetativas nunca foram pequenas
Para aquele que outrora te amou.
E se fores só à procura do beijo dado
Encontrarás isso e muito mais que isso,
Encontrarás aquele que te tem amado
E que reuniu tudo o que para ti é preciso.
E talvez regresses com a descoberta
Sobre tudo o que sempre senti,
E talvez eu ainda tenha a porta aberta
E te permita entrares em mim.
______________________________________________________________________
No lusco fusco da noite eu entendo-te
Quis ser intenso e frenético sem freio
E sem tempo a perder perdi o tempo,
Quando não te entendo, percebo-te,
Quando tudo falha na falha tu acertas,
Não pude ver devido à noite sem volta
E somente quero voltar à madrugada
Onde tudo era pó escuro da claridade
E tu sorrias sem gravidade de grávida,
Tu eras feliz porque eu te deixava sê-lo,
Mas só tu me permitias ser felicidade.
______________________________________________________________________
Não me considero alguém com sorte
Apenas enganei a lamúria da vida
E acabei por suicidar a morte.
______________________________________________________________________
O que eu sou se não tristeza,
E a mais pura estranheza
Se não te tenho sou puro
Quando te tenho embrulho
E aquele beijo dado num feriado
E tu eras a mais caótica de Lisboa,
Tudo era sobre ti e nunca eras boa,
Quero amar-te ainda assim.
______________________________________________________________________
Eu amo-te, e escrevo como um louco,
Imagina que ainda estávamos juntos,
Imagina o que poderia agora dizer… que coisas
dirias?
Que lamechices aguentaria não dizer e quantas deixaria escapar?
Não é sensato reverter tudo por tua causa,
Tu serias um motivo válido para tudo isto?
Isto seria igualado a uma travessia no deserto,
uma aventura na selva…
quantos personagens maus eu teria de matar?
Quantos
vilões haveria na última luta?
E tudo para quê? Um ramo de flores exóticas?
Tu intoxicaste-me com essa bipolaridade de
emoções!
Um dia quero-te tanto, no outro nem te quero ver!
E ao mesmo tempo és a minha vida e a minha morte,
o círculo do calendário Maia,
És a alquimista das ilusões, e estou preso dentro
de um prisma com um espectro colorido por preto e branco.
Porque enraizar a vida desta forma? Tu não és a
última árvore do jardim, és uma de muitas, mas ao mesmo tempo, a que contém o
fruto proibido, e nesse santuário não há nada que me impeça de prová-lo.
Quantos amores tenho para te dar? Eles são
gémeos, são oleiros e moldam o que sentem quando querem e como querem. E ambos
têm uma harpa para tocar cânticos de amor. Mas quantas cordas tem uma harpa?
Quantos anos terei de esperar por ti? 47?
Quem me dera ter sido trovador e ainda ter essa
capacidade de esperar, aí eu esperaria por ti, enquanto tu me farias esperar. E
mesmo já com rugas, com doenças e fragilidades, mesmo a beleza tendo fugido
como um susto, eu ainda tocaria as 47 cordas para ti. És um deleite.
Quantos livros vou ler para encontrar a pista que
leva ao mapa que leva ao caminho da tua aceitação? Quantas múmias vou ter de
desenterrar para encontrar o papiro perdido com o símbolo da chave do teu
coração?
Tenho de orar por asas e voar até à assembleia
celestial, onde os filhos do verdadeiro Deus se apresentam. Esperar pela minha
vez e ouvir: "o que estás aqui a fazer meu filho?", e com a cabeça por terra
responderia: "não sou digno de estar aqui, mas o amor nunca falha e foi ele que
me levou aqui. Humildemente, peço-lhe paciência para esperar por ela.
Humildemente peço-te que o coração dela seja meu, apenas meu. Desculpe-me o
egoísmo, mas não é ganância, é paixão".
O que faria o Deus das respostas? Como
responderia o Deus da bondade?
Não haveria mais local para ir… mas agora fui
deixado num salão do Reino, por dois arcanjos…
______________________________________________________________________
Quero cumprir um sonho: namorar e casar
Mas não contigo, isso seria caótico,
Será outra que sem véu beijarei no altar
E tu ficarás a olhar com um ar anedótico.
Nesse momento, sentes em ti algo a revirar
O teu amor por mim - esse cancro neurótico,
Então, corres, empurras a noiva e vais beijar,
Eu beijo de volta sem remorso, como um psicótico,
Tu dizes "nunca mais te vou deixar",
E eu caso contigo estando num estado hipnótico,
Fazes a minha vida um inferno de chorar,
E o teu amor por mim é apenas robótico,
No mês seguinte queres divorciar,
Mas eu não quero deixar a droga, sou narcótico
Só querias estragar a minha vida e eu quis deixar
Pois o amor que tenho por ti é caos gótico,
Antes de ires embora, ainda me vens beijar
E concretizar o ultimo momento erótico,
Dizes: "se te amasse era isto que queria dar",
E eu queria mais pois achava aquilo exótico.
______________________________________________________________________
Lançaste o anzol e eu engoli sem pensar
Fui pescado e depois lançada fora
Nem sirvo para estar no lixo
Pois uma gaivota me devora,
E embora seja o melhor final
Não deixo de ser o peixe que antes vivia normal.
______________________________________________________________________
Se alguma vez falhares na tua redundância
E te aperceberes quão obtusa és,
Lembra-te que tentei oferecer-te uma linha reta
E tu perferiste andar aos círculos.
Ofereci-te o triângulo do amor
Tu preferiste o triângulo das bermudas
E por isso, o teu radar falha, e por isso,
Vou desaparecer da tua vida
Como um avião sem asas, e,
Enquanto embato nas águas do choro
Lavo os lábios dos beijos que te dei.
E enquanto despenho no oceano
Apenas ouço os alertas do avião:
Cuidado! Cuidado! Aviso importante:
Orgulho, medo, arrogância, vaidade!
Contra isso, não há cinto que proteja.
Felizmente saltei de paraquedas
E agora vou em direção ao céu
E tu? Continuarás no mundo da lua
Onde afinal, todos orbitam ao teu redor
"Eu sou linda, estou farta de saber
Estou farta que me digam o que já sei",
Realmente, a bíblia tem sempre razão
"Quando o jovem é mimado desde cedo
Ele acabará por ser um ingrato" e,
"Não deem pérolas a porcos".
______________________________________________________________________
É verdade:
Há uma primeira vez para tudo
Mas esta não será a primeira vez que me engano:
Tu és fria, calculista e desinteressada
Indiferente se me causa dano.
______________________________________________________________________
Quisera eu que tu fosses
E por seres, não partisses,
A chama aumentasses
E os nossos peitos unisses. As flores são de verão
Mas se tu te fores são de inverno
Um santo repugnante
De uma capela sem flores. Seres poema curto embeleza
Porém terminas cedo,
Enquanto te leio, alegro,
Se tu acabas, tenho medo.
______________________________________________________________________
Há lobos há solta
Na mata eles uivam de noite,
Pensei que fosses um cordeiro solto
Mas fazes parte da alcateia,
E todos odeiam essa gangue
Lutam por atenção que não têm
Ficam felizes se derramam sangue,
Não se importam de ferir
Pois, o importante é apenas sentir,
E apenas cercar cordeiros.
______________________________________________________________________
Defendes a natureza, certo,
Mas a tua natureza é sombria
Tenho de me cobrir com luz,
Para sentir que não esfrio,
Mas espirro da constipação
E tu tão incerta de razão
Apenas vives na escuridão,
E que leito tão frio!
______________________________________________________________________
Tu devastas as florestas
E nem tens noção,
Vais de festa em festas
Nessa desfloração,
Quantas restam
No final, quantos são?
Tu não prestas,
E haverá outra conclusão?
______________________________________________________________________
E não o detive na sua procura…
Ele disse: que trabalho penoso!
O que você busca não é a cura
Mas o longo veneno doloroso…
______________________________________________________________________
Onde está o coração meigo?
Onde estão os lábios doces? O teu olhar é inverno julgamento
E só lamento os teus enganos,
Não cresces no amadurecimento
Mesmo que passem os anos.
______________________________________________________________________
És nefasta de todas as formas
Pois de todas as formas magoas
E sem saber que magoas, és nefasta,
É por isso que todos se afastam
E de ti falam mal pelas costas,
Não gostas de ouvir a verdade
E sei que zelas pelas mentiras,
A tua solidão não me admira.
Não és fiel no compromisso
Vais à roda lançar o lenço a todos,
Quem apanhará o lenço?
Um triste, pois tu já o tiraste
E assim que sorriste, partiste,
O seu breve coração roubaste,
E o que sabes tu de corações?
Tens um gélido e conflituoso,
Que bombeia sangue azul
Não venoso, mas sim, veneno.
Junto a ti são todos pequenos
Porque tu cruel, os amassas
Deixas os pássaros sem asas
Para tu poderes voar livre
Quando eles estão presos no solo.
Pensas ter todos nas tuas mãos
Porém, todos se desviam de ti
E escapam como grãos de areia,
Estás no modo auto-destrutivo
Como se não fizesse sentido a vida.
Tu procuras amigos, que amigos?
Cães de água submissos,
Sem opiniões de rumos certos,
Ainda assim, todos são te fiéis,
E tu apenas com desígnios cruéis.
Quando acalmará essa fase
Quando solidificará a forma?
Todos os que amaste antes
Rápido te deitaram fora,
E de dor depois de dor
Quando aprenderás a lição:
A indiferença não gera amor
Apenas gera solidão.
______________________________________________________________________
Quantas noites precisou agosto
Para te bronzear no sabor do sol?
Agora é setembro e com o sol posto
Não tem gosto o sabor do sal,
E as ondas já não têm brumas
E areia apenas são grãos sem cor,
A praia rende-se ao outono emergente
As bandeiras são brancas de rendição,
Já não aparecem estrelas cadentes
Apenas sombras de nuvens noctivagas.
______________________________________________________________________
Amigos queridos viveremos um dia mais
Longe da sua boa e estimada presença,
Aproxima-se a sua ausência eterna
E como podemos superar o tão óbvio?
Clamo pela sua amada clemência
Mas não há clamor tão digno e potente
Capaz de superar a sua vontade,
Ficaremos isolados do seu amor, é facto.
______________________________________________________________________
Às vezes tudo aquilo que eu tenho dito
Deixa-te aflito e com uma razão,
Às vezes tens este palpite
Que não é aceite e está sempre fora de questão. Mas querida tenho-te a dizer e admito:
Que tenho um secreto orgulho
Que dizer que amor eu engulo
Por ti,
É o meu medicamento noite após noite
E ainda relaxo depois que o consumi.
Relaxo só por ver a embalagem
Desse amor que nas letras pequenas diz:
"Quanto mais tomares mais serás livre
E quanto mais tomares mais serás feliz
"Por isso, querida não mintas e diz"
Tenho tudo para te dar"
A querida diz que não mente
Mas ela mente e vai ficar.
Querida o que disseste? Porquê que vieste com esse olhar taciturno,
O teu olhar é marinho aflito e eu mergulho na onda de saturno,
Eu vou salvar-te, querida nova, dessa onda perigosa, e com uma prancha ao meu lado, nada fica equivocado, nada fica como a grosa. Não sejas teimosa querida nova.
Eu tenho feito tudo o que posso e não posso para ficar quieto, no silêncio recatado no recanto descoberto, tapado, incerto, mas, quando o musical começa o pano dilui a festa, pareces tu na giesta, feliz com o teu laçarote, e dizes: "Ó plateia, quem me dera ser abelha, ir para uma colmeia, apicultar".
"Querida-Nova" é uma palavra subjetiva para amor e ternura, ela é teimosa e água de pouca dura, ferve em pouca água e a água ainda nem vai suja o suficiente para ficar fervida. Mas "Querida-Nova" tem tudo para ficar comprometida com pessoas eloquentes, com certeza, de criação, magnificência, natureza, e tudo aquilo que tu tiveste e não quiseste ter.
______________________________________________________________________
Talvez nunca se deva dizer nunca
E não deva dizer "nunca te deixarei",
Então apenas digo:
Se fosse um gato e tivesse sete vidas
Viveria cada uma na tua companhia.
______________________________________________________________________
Eu sou soldado
Mas tu desfocas-me a mira
Quero acertar no alvo
Mas as mãos estão fugitivas,
E ninguém está a salvo
Com o amor que me motivas.
Eu sou soldado e tenho arrasado tudo aquilo que consigo
Tudo aquilo que eu vejo ao velho som do tiro,
Mas desde que a tua paz de paixão veio ter comigo
Baixo a arma de fogo e apenas o amor miro.
Sim eu fui escumalha
E nada em mim tem glória,
Eu seguia ordens de batalha
Mas nunca tive uma vitória,
Nunca recebi uma medalha
Nem fiquei para a história,
Apenas ouvia a metralha
De uma guerra, paz, ilusória.
Agora planto no cano uma flor
E rego-a com os teus olhos marinhos,
E mesmo que os meus vejam ainda dor
Jamais estão em pânico sozinhos.
______________________________________________________________________
O que quero de ti?
Quero a tua companhia
E que não vás para longe
Para te poder abraçar sempre
Quero ouvir as tuas ideias ao acordar
Os teus desabafos ao ir dormir
Acalmar os teus resmungos
E oferecer-te a minha calma.
______________________________________________________________________
Tu até podes ser uma tempestade na lua
E pingas de sangue na janela,
Contudo, a minha curiosidade não recua
Quero entrar na tua favela, Desejo mapear cada caminho da rua
Percorrer na noite cada luz amarela,
Prefiro observar o barco que longe flutua
Do que estar de remos num barco à vela.
______________________________________________________________________
Posso ter perdido esse jogo de ti
Por não saber jogar as tuas regras,
Joguei tudo o que de coração senti
Mas com sentimentos não te alegras.
Joguei o sentimento e as suas cartas
E tu preferias jogo de peças racionais,
Não há prémio que comigo repartas
Vais apenas repartir com os demais.
______________________________________________________________________
Sim, frequentei a tua universidade
Mas não acabei o teu mestrado,
Ensinaste-me a ter liberdade
Mas eu queria ficar fechado,
E contigo trancado no poente
Onde o horizonte brilha mais,
Estudar cada continente
Desde Loures até Cascais.
______________________________________________________________________
É possível que sejas a luz
E eu apenas te escureceria
De eclipse em eclipse viverias
Entre as sombras da verdade.
Porque não haveria mentira
Apenas luminosa amizade,
E isso talvez não te estimule
Como estimula a falsidade.
______________________________________________________________________
Tu eras a esperança que brotava
Em uma árvore com uma sombra, A musica que tocas
A que sempre tocaste
Já não toca no meu peito
Não sinto a melodia
Não a oiço ressoar na alma.
______________________________________________________________________
Os violinos tristes tocam
A marcha fúnebre do soldado
As quatro cordas tinem
Sobre o caixão guardado
A condecoração caiu
O peito está desnudado
A guerra não apagou
O fogo da morte ateado,
Pelo contrário, fez arder
Deixou o corpo queimado.
______________________________________________________________________
Pássaros contam segredos
Mentem com o bico frouxo
Sussurram vários enredos
Para confundir o mocho,
Esse sábio não se engana
Ele conhece as mentiras,
As verdades ele abana
E caiem como safiras.
______________________________________________________________________
Querido diário,
Navegámos por três meses até a encontrar
E sim, confesso que nunca vi nada semelhante,
Por culpa dela acabámos por naufragar
E o navio estava ancorado no porto mercante!
______________________________________________________________________
Tu és falsa e em tudo vil
Falas comigo e pensas noutro,
Enquanto eu vivo só para ti
Tu vives com um e com outro. Assim, tens sempre plateia,
E não é mentira nem são boatos,
Porque, se continuas cheia
É porque comes de vários pratos.
______________________________________________________________________
Eu estudei para perceber:
A flor é a mais bela planta
Mas, nega o sol à terra
Encobre a luz, dá sombra,
Assim és tu: uma beldade
Mas que tapa a felicidade
E esconde a feliz alegria
Dos que são a tua terra
Quem sabe, um dia destes
Sejas asas de borboleta
E permitas que a luz passe
Iluminando quem te ama.
______________________________________________________________________
Quantos prisioneiros tens nessa cave?
Amarrados até ao teto, todos presos,
Não pedes resgate nem dás a chave
E mesmo que saiam, não saem ilesos.
Não te cansaste de deixá-los confusos
Mutilaste cada um deles na tua traição.
Sou um sobrevivente dos teus abusos
E só pela força do amor, tive a salvação!
______________________________________________________________________
Vou contar como foi:
Quando encontrei o animal ele estava ferido, pequeno lince ibérico quase extinto.
Aproximei-me como ninguém o tinha feito, era um animal selvagem perdido na floresta.
Debrucei-me para ajudar e cuidar da pata ferida, e claro, apaixonei-me pela sua triste causa.
Mas no final, um tratador escondido apareceu, agarrou no lince e levou-o embora. Segurando por aqueles braços, o lince nem virou a face para se despedir, apenas aceitou o novo destino.
É um animal selvagem, já deveria estar há espera disso…
______________________________________________________________________
Como é a vida da angustia: sempre o mesmo circulo, o ciclo que se repete dia após dia, a agonia de saber que se vive só, e não há ninguém que lhe faça companhia, não há um toque para o corpo nem reconforto para o espírito.
Todos os dias são um acordar triste, o sofrimento é o primeiro a acordar e em segundo, a solidão. O pequeno almoço é pão insípido, com acompanhamentos insossos. Abrindo a janela há escuridão e uma parede negra de paisagem. Não há boas notícias nos jornais, nem uma voz amiga para alegrar o dia.
O corpo é arrastado, os pés empurrados pela obrigação. Além do frio, não se sente nada: nem o gosto da comida, a apreciação da música, o corpo movendo-se. Todos os pensamentos são cíclicos da derrota e todos anunciam a contagem dos dias da solidão.
Há quantos dias não há um sorriso, quantos dias a face não experiência o doce do bom ânimo, há quantos anos estou derrotado?
Como é viver na derrota? É sucumbir ao soco, é agradecer pelo murro no estômago e pedir pelo pontapé nas costas. É uma rendição total à fraqueza e ao vazio. Nada se torna tão importante como o auto-insulto, como a auto-sabotagem. A prioridade é alimentar a inatividade, o sono, a preguiça.
A deterioração do cérebro é progressivo à desolação externa. Não há um só dia em que o amor vença, um único minuto em que a alegria sobressaia. Os sorrisos são plásticos, as gargalhadas gravadas e o entusiasmo ensaiado.
A melhor comparação é a um morto, que não vê, não ouve, não sente, não sabe o que é amor, não lhe são contadas as histórias do triunfo, não lhe é lido os poemas de romance bem sucedido.
A vida deixa de fazer sentido, uma cor é apenas uma cor, um objeto um objeto, uma pessoa uma pessoa. A descrença é total e só há um único desejo no fluxo de sangue inconstante: morte. A memória falha, mas essa palavra é relembrada a cada momento, há composição de sons repetitivos com esse fim: morte. E com a morte se caminha, e se fala, e é a única voz que se quer ouvir. A vontade é taciturna, querendo que haja um acidente fatal, um crime, um desastre final.
A decepção é um buraco sem fim, e a queda por dentre as circulares paredes do poço. Não existem gritos de dor nem pedidos de ajuda, apenas o convívio com o fracasso; onde os olhos não emanam brilho, a pele não emite brilho, os dentes apodrecem, a língua emudece com falta de utilização.
Quantos golpes na auto-estima? Quantos assassinatos do tenro coração? Quantas traições à verdadeira entrega do amor? Quem contabiliza todas essas desgraças? Quem consola o menino perdido? Quem diz que tudo ficará bem? E que o amor vence no fim, e que os seus lindos olhos verão a luminescência da reciprocidade?
Quantas lições ainda por aprender até à ultima lição: o castigo é merecido! As amizades cuspem na cara ainda adormecida, os ombros ficam descaídos, o semblante em baixo. A casa é demolida e nada é novo nos escombros. Tudo isso acontece, e ainda estamos no despertar, ainda vamos no primeiro suspiro do dia.
Cada dia é um desprazer, onde as tarefas consistem em cavar um só buraco, onde caiba uma só pessoa, e assim, poder deitar-me em morte como vivi em vida: sozinho.
______________________________________________________________________
O meu sorriso é aflito
E há um grito abafado,
As tuas promessas ocas
São o meu conflito:
Se desconfio da verdade
Se na mentira acredito.
O teu sim nunca foi sim,
As tuas juras, mero mito,
Desonras o compromisso
Na espera fico faminto,
Eu esperei cada segundo
Mas o meu crer foi extinto.
Esse é o teu grande delito:
Dar falsas esperanças
Repeti-las num ciclo infinito,
Até seres o lobo do Pedro.
E este é o meu veredito:
Tu és desonesta parasita
E parasitas, eu evito.
______________________________________________________________________
E se essa forma de amor fosse prescrita pelo psicólogo da eficiência? Zero casos com mal resultado, nenhum calcanhar de Aquiles. Seria como entrar num foguetão por testar, amarrado pelos cavaleiros com coroa de loiros louros dourados, e sobrevoar o Texas perfumado de alecrim alérgico.
Para bailar contigo preciso disso por escrito: as tuas pestanas como suaves teias deixam-se estar até prenderem o objeto voador onde vou. Não posso sair, tento fugir, não podes consentir, sou precioso para ti.
Escreve no manuscrito: 'tu és carga energética para que foguetões ganhem potência, a recarga de todas as fases da lua, e sem ti, borboletas não dançavam entre o meu estômago'.
Quantos morangos perdidos no campo, comparados aos do topo do bolo, ainda assim, tu podes ser essa que sobra, a sobrevivente do acidente aéreo, da explosão dos propulsores, a teia que me envolve e me mumifica no seu mundo araquenídio.
______________________________________________________________________
Porém, e se somente fores somente ilusão, então, todos os segundos ilusórios serão cobrados, endividar-me-ei, serei chamado pela justiça. Condenado a sessenta horas por cada sessenta minutos gastos. Encarcerado na perpétua raiva do fracasso de não ter visto, ou, não ter assentido, quem na verdade eras.
Podia ter falhado de propósito, ou, podia ter consentido uma oportunidade? Erro de principiante ou mestre no amor? Escravo do padrão relacional ou ativista pela digna liberdade?
Quem fui eu nessa anarquia de policiamento do estado romântico? Leio o jornal diário e não há um artigo, uma coluna, um analista, ninguém comentou o acidente de investimento, o erro de calculo.
Cabe há esperança ditar quantas consequências haverão, entretanto, espero que não sejas mera ilusão.
______________________________________________________________________
Por ti e só
por ti o meu coração tine
E bate mais forte na sua cabine,
E cedo começa a querer sair à noite
Fugir de casa, descer pela janela,
Tudo para a ver e quem sabe a ela
E subindo pelo teu pescoço, um beijo,
Iluminando todo o terreno com farol,
Assim iluminas as ervas rasteiras
E eu encalho nas montanhas
Por ter cegado os meus olhos…
______________________________________________________________________
Homens ricos compram palavras
Para chegar aos seus escopos,
Mas tu és pobre e então lavras
E também chegas aos teus topos
Esta é a conclusão que cravas:
O amor não precisa de filantropos.
______________________________________________________________________
Quantos amores descrentes existem?
Estão juntos e nunca se tocam
Querem tocar quando separados,
E quando não estão juntos - olham.
Não gosto de amores inflamados
Viciados no pseudo-romance
Quantos livros foram escritos
Explicando o triste desfeche?
______________________________________________________________________
O meu interesse por ti era assíduo e presente
Nunca tocando o desespero ou carência,
Queria perceber o que tinhas em mente
Para tentar uma investida com mais frequência.
Mas tu eras distante e isso era evidente
Todos os dias testando a minha paciência,
Vez por outra ficavas afastada e ausente
Todos os dias tinhas falta de comparência.
______________________________________________________________________
O que aconteceu em Castelo Bravo?
Quanta destruição em segredo
Qual a dimensão das consequências?
Sussurros ocultos foram espalhados
Assim como os efeitos do estrago…
Ninguém sabe? Ninguém ouviu?
O que aconteceu em Castelo Bravo?
Tu sabes, sim, tu aplaudiste o sucesso
E celebraste cada minuto da conquista,
Sentiste o vento de enxofre na cara
E o rufar do tambor na sádica veia,
Viste a calamidade, o fim dos mundos,
O grande cogumelo laranja de nuvens,
Contudo, riste-te do planeta escravo,
Talvez um dia me expliques:
O que aconteceu em Castelo Bravo?
______________________________________________________________________
O que é o
verdadeiro companheiro?
Talvez aquele que sopra vento em dias de calor
Talvez
aquele que desperte em dias de insolvência,
Não sei se a música se adequa com o vento
Nem se o fermento se adequa ao doce bolo,
Nem se a alegria é cura para o desalento
Nem se reúno o necessário para o consolo,
Apenas sei que existes e com isso fico lento
Ligeiramente retardado, bastante parolo,
Não sou indiferente ao bruto sofrimento
E apenas vivo no cru e inquieto descontrolo.
Então tu és
a salvação que me restava,
E por isso, sei que tenho o amigo que precisava!
______________________________________________________________________
O réu falou:
"Ele assassinou os neurónios da alegria
E ainda marcou a minha memória!"
O acusado:
"Eu só queria a sua preciosa companhia
E estar nos livros da sua história!"
______________________________________________________________________
Eu escrevi-te uma ópera em novela
Contratei tenores para cantá-la
Atores para encarná-la
Mas eu fui o escritor, compositor,
E derramei em letras as notas do amor.
______________________________________________________________________
Olhos claros que me fazem navegar na espuma
Vivi sem perceber as rotas das constelações
Sentido de orientação nunca foi o meu forte
Contudo, olhava para as estrelas em pausa,
A ursa tem uma cauda que me dava o norte
Porém, apenas vi o
meu rumo, por tua
causa.
O lindo som
da tangível chuva é o
meu amor
Que nasce levezinho de uma
nuvem sem lei,
Deslizando por todo o
céu sem algum temor
Regando cada sonho
que outrora sonhei.
És
tudo isso mesmo quando cais na neve bruma
Indicando as desnorteadas e descaídas direções.
______________________________________________________________________
É na longa noite que a saudade aperta
E desperta a meio dos calmos sonhos,
Relembra o teu rosto de menina poeta
E dos teus lábios rosados e risonhos.
Também recorda a tua alma desperta
Uma vela aberta e prumos sonhos,
A sua incerta rota é agora incerta
Mas não haverá destinos enfadonhos.
A casa da saudade é na ilha deserta,
Lá há pesadelos marinhos medonhos,
E toda a noite há uma pestana alerta
Caso surjam pesadelos naufragados.
A saudade tem insónias todo o ano
Além dela ser eu, há outra verdade:
O azul dos teus olhos é o seu oceano
E a tua solitária íris a ilha da saudade!
______________________________________________________________________
Quantos vis decretos
Anunciaste na corte
Todos eles incertos
Denuncias da morte,
Prenúncios de sorte,
Leis que passaram,
Mentiras ousadas
São o teu suporte
E não há reporte
São todas sagradas.
______________________________________________________________________
Tu leste! Era folclore russo:
Eras uma rainha Viking
Admirada pela língua do Leste
E um Czar surpreendeu-te,
Leu para ti Tolstói.
Largaste o machado
E abraças-te a vida de erudita.
______________________________________________________________________
Este sou eu a bater no peito
Na percussão da batida da música
E a musa dança estafada
Olhos de coruja, asas de fada,
Bate o pé e a batida continua
O tórax já arde com gritos
Os pés dela estão aflitos!
Mas quem pode parar o ritmo
E descontinuar o frenesim?
Olha para mim, move-te!
Continua com o momento!
______________________________________________________________________
O punhal de ouro perfurou a carne
Um osso não quebrou, ficou dourado,
Quantos amigos valiosos separados
Pela ganância do primeiro apunhalar?
Quantos tesouros lá vão encontrar?
Nas entranhas a amizade morre
E o sangue que escorre, tem ferro
Mas nenhum é ferreiro da riqueza!
Eis o mineiro da triste pobreza!
Minera a tristeza e não tem sorte
Procura ouro, encontra morte!
______________________________________________________________________
Quero oferecer-te um ramo de pombas
para que em asas brancas voes longe,
Para puderes ser livre dessa escravidão,
Pois suportas o tronco da escuridão
e não o ramo das suaves figueiras.
Ao redor, caiem as tenebrosas bombas
e tu permaneces nas quietas fileiras,
Tudo fica destruído nas trincheiras
e tu fazes parte da rude destruição
Jesus, quantos mortos contarão?
______________________________________________________________________
Quantas estrelas vejo no céu estrelado
Na noite casta e em sombras augusta?
Não tenho medo do horror assombrado
E não é a escuridão que me assusta.
Temo claro, não as ter memorizado
Refazendo-as de uma forma injusta,
E depois perco o norte, fico baralhado
Pois, a bússola, a elas não se ajusta.
______________________________________________________________________
Todos os abades com capucho rezam
Arrastam a sua túnica negra pelo chão,
Com uma voz monocórdica eles pregam
Os santos dias que em latim virão.
Mas a nenhum lado eles chegam
E ninguém sabe quão perdidos estão,
E apesar dos santos que carregam
Não sabem que santos são.
De frente para a abadia renegam,
O pensamento santo tornou-se vão,
Agora pensam na santa e não negam
Que, com ela, alegres cantarão!
______________________________________________________________________
Que satisfação olhar para ti e não te ver
Pois fizeste pior do que estava antes,
E deixaste tudo pronto para cair,
A verdade é cara e de tudo triste:
Tu deixaste-me caie e disso
Até hoje te riste.
______________________________________________________________________
Não se olha a custos na amizade
E extrai-se da própria mina o esforço,
Nunca se fica pobre de bondade
E, perdendo tudo, não há remorso.
Mas tu és a ganância mais voraz
E tens muita avareza para um amigo,
A ti, dou-te tudo e tu nada dás
E ainda, da tua amizade sou mendigo.
Nesta amizade eu não pensava em mim
Dei-te tudo… e de ti, nada mereço?
A verdade é cara, e contigo é assim:
Mesmo não tendo nada, empobreço.
______________________________________________________________________
Não há sentimento mais belo
Como aquele em que se sente
se ter encontrado o verdadeiro amor,
mesmo ainda não o conhecendo
Nem falando com ele.
Basta um olhar e o pensamento surge
Um bem-estar induzido pela imaginação
Onde é projetado o futuro com o tal,
Não importa mais nada, só o futuro.
______________________________________________________________________
Ando de um país para o outro procurando
Um som que a minha energia invoque,
A tua música era alta e passavas os dias gritando,
E eu, coitado, apenas ouvia o teu toque,
Tu pensaste que eras a tal, mas eu abrando:
Foste apenas uma recordação do hard rock.
______________________________________________________________________
As brumas das nuvens
Despidas da renda branca
São sal, espumas na garganta
Que recantam o canto da onda.
E tu, com a festa já pronta
Dás de comer aos ventos do céu
E famintas as tempestades da terra,
Destapa o véu antes da rebentação
E antes que a onda rebente no céu.
______________________________________________________________________
Procuravas avidamente um culpado
E lutavas para que pedisse desculpa,
Mas no amor - pelo qual tens lutado -
Não se aponta os dedos de culpa…
Além disso, quem quer lutar por razão
Quando a vitória é do amar perdedor?
Claro, quem só tem ego no coração
E por isso, não lhe cabe o que é amor!
______________________________________________________________________
Na fogueira há enxofre e mais fogueiras
Uma ave é aquecida e queimada agora,
Estava entre os pinheiros e as figueiras:
O pássaro é negro, um corvo que chora,
Mas o agoiro fugiu para o meio das eiras
Um corvo que na floresta nunca mora,
Prefere viver entre as tóxicas toupeiras
Apenas no largo pântano e suja flora…
Mas assim se vê as aves verdadeiras
Pode até atrasar mas não demora,
E se quiseres voltar para as figueiras
Por favor, sai, voa, vai-te embora!
______________________________________________________________________
Quão bom é rever a doce primavera
Pois no frio não há doces primaveris,
No inverno há vil amarga de quimera
Onde todos os sonhos são inúteis e vis!
E quem te diz: "quem me dera
Ser o vero verão - é o outono que diz,
Todas as estações estão há espera
Mas só uma delas é veramente feliz!
Ó sim, a primavera, ela se esmera,
O verde esmeralda é o que lhe condiz,
E a natureza quão rápida a quisera
Na verdade, a natura, sempre a quis!
Eles amam-se na frugal alegria vera
E o círculo gera as chuvas gentis,
Não há rudeza na gentil atmosfera
Apenas livres e loucos atos juvenis!
______________________________________________________________________
Porque me custa tanto? - eis a pergunta...
Porque tu eras a princesa que eu amava
E noite e dia lamentava por não te ter
E era eu que vivia e esperava numa torre
Trancado e aprisionado por um dragão,
O tempo ia passando e a torre gelava
Ganhava humidade e bolor à minha volta,
Eis que os raios de luz chegaram
E tu chegaste a cavalo para me salvar,
Com a tua armadura cinza, impenetrável,
Com o teu forte capacete reluzente.
Desembainhas-te a espada da tua cintura
E cravaste a lamina no dragão furioso,
Arrombaste a porta da torre taciturna
E levaste-me contigo no cavalo branco.
Fui contigo para o teu reino encantado,
Quão delirante foi para mim ser raptado
E por ti ser salvo desse encarceramento,
Ser liberto por ti e por ti ser preso
Nessa nova reconquista do perfeito amor!
Quantas fogosas borboletas voavam felizes?
Quantas revoluções hormonais reivindicadas?
Mas tu não me protegeste e deixaste-me livre
Frágil, desprotegido, desprovido, renegado,
E o velho dragão surgiu e fui recapturado.
É por isso que me custa aceitar a verdade
Pois eu agora entrei e vi o teu reinado,
E essa já era a minha fantasiosa realidade.
Mas agora regressado à torre, sem amor,
O dragão ainda duplica a minha dolorosa dor.
______________________________________________________________________
Os sinos tocaram e os meus olhos abriram
Ficaram brancos com a clara luminosidade,
Olhei para ti, não via, mas vi o futuro contigo
E isso para mim, era o paraíso e eternidade.
E tu eras apenas luz e apenas luz irradiavas
E nada mais existia pois tu estavas na cidade,
Eu lutava árduo contra a minha paixão presa
Mas ela libertou-se e libertou-se da maldade,
Ela viu a luz e soube o caminho e saiu ilesa
E agora, delira-me com a sua única verdade:
Quando estive contigo, ó, soube tão bem,
Não fomos santos, mas havia fiel santidade,
E quando te abracei eu já não era mais eu
Estava a flutuar pela a falta de gravidade,
E quando te beijei apaguei, o que aconteceu?
Alguém gravou isso para a prosperidade?
Quando falava contigo o meu coração pulava
E o meu calvo corpo injetava nele ansiedade,
Apaixonar-me foi um sentimento que precisava
Para mim já não era apenas e só amizade.
Mas agora foste embora e deixaste-me cego,
Como pudeste fazer-me essa cruel maldade?
Senti que multiplicaste o teu romântico ego
Mas eu apenas fiquei sozinho e pela metade.
Mesmo assim eu amo-te e isso eu não nego,
Só espero que, regressar, seja a tua vontade.
______________________________________________________________________
Numa pequena ilha imaginária, eu vivia,
Existia paz e harmonia nessa vida pacata,
Certo dia, tu atracaste em segurança nela
Enquanto a rude tempestade passava,
Tu repousaste e recarregaste a fantasia
Olhavas para o céu e depois para a maresia.
Eu recebi-te como hóspede de excelência
Ofereci-te as melhores camas, o conforto,
Toda a atenção que desejavas sem pagar,
Eu pagava todos os teus gastos e custos.
Enquanto bebíamos, contávamos histórias
Mostrávamos as tatuagens e cicatrizes,
Uma amizade pirata tinha sido criada.
Outro dia, ao acordar, o barco não estava
Tinha sido desamarrado e levado para o mar,
Não houve despedida ou agradecimento,
Abriste as velas, levantaste os mastros
Velejaste até ao oceano turbulento de novo.
Apenas um bilhete foi deixado numa garrafa,
Um curto papel em papiro velho e sujo:
"Esquece que estive aqui, nunca me viste",
Evidentemente fiquei pesaroso, rosto triste.
Porque tinha de esquecer quem me buscou?
Não fiquei conformado e telegrafei:
"A todos os portos, por favor, liguem os faróis,
Encontrem aquela que me cantou com vinho,
Ela irá parar em breve, ela tem velas grandes
Mas poucos mantimentos para a viagem,
Avisem-me quando a encontrarem, peço-vos,
Eu desejo-a mais do que essa música
E para mim, num tesouro tem mais valor:
Prata, ouro, diamantes, safiras, nada…
Troco tudo isso pela capitã desse novo navio!"
Hoje, a marca desse navio é visível na praia
E o peso da âncora permanece no meu peito,
Talvez um dia regresses a esta minha ilha
E dessa vez, não seja de rápida passagem,
Mas para ficar, calma e segura, de ti mesma.
______________________________________________________________________
E se a cidadela estiver a ser atacada
Por favor chama-me e eu regressarei
Não demorarei nem um minuto a pensar
Nem um dia para voltar demorarei.
Trarei uma espada pronta na cintura
E a galope da ansiedade estarei pronto,
Chegarei antes de cederes à tontura
Nem que para isso eu mesmo fique tonto.
______________________________________________________________________
das profundezas emerges como uma Medusa latinizada
Não assumida na melodia de um poeta petrificado,
A sua língua é rocha, a sua música petrificada
apenas tu fazes esculpir a sua língua em pedra.
Só descobri que és uma Medusa
porque ao estar de frente a ti
A minha alma fica petrificada.
______________________________________________________________________
Na noite estrelada da desgraça espero a desgraça,
E pela aprendizagem da espectativa eu me ditava:
Livra-te da fantasia inspirada no lindo romance
Está fora do teu alcance e é história para outro,
Apenas queria rescrever o enredo e restruturá-lo
Eliminar a repetição desse tipo de literatura,
Eu amava escrever e pela escrita amava amá-lo
Mas não sabia quando parar de ler essa leitura.
______________________________________________________________________
Dei luz a uma ideia sombria, um amor escuro,
Tu iluminavas o meu peito hora após hora
Eras a chama que flamejava na vela diluída,
E de noite, só tu por tua energia brilhavas.
Pois nem a minha certeza acertava no enigma
Pois nem mesmo o reflexo da lua abrilhantava,
Só tu e tu eras o mistério sombrio e denso
Enquanto eu era a resposta errada e incerta,
Contudo, a única resposta que via eras tu
E aquilo que eu respondia baseava-se em ti,
Sem mais ideias certas ou pensamentos bons
Formei uma ideia luminosa sobre eu e tu.
______________________________________________________________________
Provavelmente não posso iludir o corpo e a mente
Pelo menos, esse foi um pedido urgente do passado
Havia uma nota mental, mas escondida, que o pedia,
Procurei uma data desse pedido, se estava caducado,
Porém, creio, que a sua atualidade é relevante.
______________________________________________________________________
Escrevi uma carta de tristeza
Endereçada à luta contra a mente:
Temo que o nosso propósito tem falhado
E não há recursos suficientes para tal,
Vez após vez, somos derrotados
Humilhantemente desviados do propósito,
Não há esforços que sejam suficientes,
Não há poder em tremenda demasia,
Capaz de arruinar o inimigo, a mente.
Caímos nas nossas próprias fileiras,
Escorregamos nas nossas armadilhas.
Vocês mesmos sentem o duro fracasso.
Por isso, tenho observado a longo prazo
Alimentado a arma secreta da vitória,
Algo que mudará o rumo da jornada
Algo que construirá as raízes do sucesso,
O elemento chave tem por nome: coração,
E ele pode libertar o gás tóxico do amor
Capaz de penetrar a mente e destruir a razão.
Então, de nada temam ou fiquem temerários,
Com o tempo destruiremos a racionalidade
Espalhando a emoção pelos cantos do corpo!
______________________________________________________________________
Fechado em casa dormia à noite e com as janelas fechadas
Com medo da luz da lua e também da tímida luz estrelar,
Mas tu apareceste relampejando na minha janela
E esse relâmpago queria iluminar o meu canto
E para essa luz eu senti esse chamamento,
Depressa, abri tudo, não tive vergonha ou hesitação
Arranquei as precianas, parti as janelas, abri as portas,
E de braços abertos eu clamava por aquela luz curta,
Eu chamava pelo breve momento de luz daquele trovão,
Ansiava que pudesse ser a minha luz natural
Onde há noite a escuridão do sono, fosse clara.
______________________________________________________________________
Não há eclipse na guerra, mas a guerra perdura,
E todas as vitórias não são vistas na escuridão,
Cada passo é seguido de um tropeço e uma queda
Cada esforço desmedido não é visto, valorizado.
O comandante desmaia ou desfalece no sono cansado
Os soldados são abatidos pela cansada tentativa,
A neblina consome cada gota de sangue derramado
E só a penumbra da noite celebra com refeição!
______________________________________________________________________
Não é calma a guerra que do interior cresce,
De todos os lados caminham pensamentos mensageiros
Vindos de todo o lado do corpo tentando a diplomacia
Mas os seus senhores têm sede de guerra,
Todos querem derrubar o grande senhor da razão,
Apoiam o senhor da emoção para primeiro rei,
Por isso, as suas tropas caminham silenciosas
E enquanto há assembleias de união, derrames se formam
São movidas as potentes armas de aceleração de pulsação,
Criados os métodos mortais da inconstância mental.
Senhores diferentes da mesma família não se entendem
A diplomacia falha, há assassinato de neurónios
À estrangulamento de sinapses, envenenamento mental,
A velocidade dos rios sanguíneos fluem mais rápido,
Víboras esfomeadas mastigam o estômago contraem os intestinos,
Arqueiros flecham as cordas vocais, já não há vibração,
A voz fenece por inteiro, a iris dilata mas seca o olhar,
Os diplomatas que conseguem fugir são presos mais tarde
E são torturados pelas filosofias da guerra constante.
A guerra intensifica-se, os tambores estremecem a pele
As lanças travam os pés do movimento comum,
Clausulam os pés dentro da armadilha da paralisação.
Os nervos são rasgados e os músculos separados dos ossos,
Os ossos são limpos e acumulados numa barragem ossal,
Impedindo o sangue venoso de circular puro e irrigado.
Um plutão assalta as muralhas da consciência e derrubam-nas,
Assassinando o foco e os objetivos isentos e imparciais.
No final, o senhor da emoção vence, e o seu príncipe, o amor,
É o seu sucessor.
______________________________________________________________________
Eu tratava-te como uma majestosa princesa
E tudo em ti era glamour e pura realeza pura,
Engrandecia-te e para mim eras leal realeza
Mas dessa real beleza, não estavas à altura.
Vamos ser francos e falar com franqueza:
Dos teus antigos amigos, ninguém te atura
Como então te achas santa e divina pureza
Se só há uma só certeza: ninguém te procura.
Eu era um príncipe com uma coroa de beleza
Que vivia num palácio, longe da suja loucura,
Quem me procurava era só delicada fineza
E para essas eu era devotada e dócil finura.
Tu surgiste e eu vi majestade na tua rudeza
E estava disposto a ensinar-te a ser madura,
Também disposto a sair do trono da certeza
E tornar o teu frágil presente em força futura.
Mas dando os primeiros passos, senti vileza,
E em ti uma sádica postura, amarga amargura,
E de todas as emoções a mais impura baixeza:
Orgulho, esse teu sofisticado método de tortura
Uma sádica cristianização sem carinho, nobreza,
Contudo, tudo fiz e em tudo mantive a candura,
Mesmo quando não era força, mas fraqueza,
E nessa frágil doença, tentei ser a tua forte cura.
Agora, virei as costas, com dores, mas firmeza,
Sem ressentimento, choro ou longa amargura,
Agora, talvez continues na tua lama e pobreza
E eu voltarei para o palácio à espera da fatura.
______________________________________________________________________
Eis o teu terno fervor da descoberta
Em naus iças as velas em fúria
Atravessas frenética pelas ondas
Passas por cima das linhas da maré
E ardes pelas chamas da ambição,
Espumas em plenas brumas brancas
E da tua boca saem os sete mares,
Estás embutida nesse espírito naval
Mas ateias fogo à tua enorme frota
E por loucura da flutuação da lua
Afundas o teu navio em ruínas.
Os destroços dão à costa dos poetas
E eles idealizam poemas de paixão
A destruição pelo ódio, gera ternura
O naufrágio doloso, é epopeia de amor.
Eu mesmo não sei e escrevo sem saber
Que falo de beleza onde houve feiura
E que relato vida onde houve morte.
______________________________________________________________________
Eu tinha felicidade, mas não porque me deixasses feliz,
E descobri isso descobrindo o frio que há em ti
Antes sentia-me aquecido, agora contigo sou gelo,
E tu és tu, por natureza nada mudou, então
Onde está a quente paixão que me aquecia?
Esfriou com a nova visão que tenho de ti. Conclusão:
Tu não me alegravas eu é que te fazia a minha alegria!
______________________________________________________________________
O claro amor já não sente amor por ti
Não por tua culpa, mas culpa dela,
Ela é lua, mas consegue iluminar o dia,
Tu és sol, mas irradias como uma vela. Tu foste luminosa no meu passado
Mas é ela que me ilumina no presente.
______________________________________________________________________
Rasguem a pelicula que resguarda o cérebro
Crepitem o crânio, insiram o sono,
Removam os pensamentos dos ossos,
Apaguem a massa encefálica,
Eliminem vestígios de memória,
Confundam a aprendizagem,
Façam tudo isso, mas, por favor,
Não permitam que eu pense nela!
______________________________________________________________________
Tu corvo nojento
Voas como agoiro
E depois transformas-te em agoirento
A personificação do detalhe
Nas velhas telhas da água escorrida,
E eu sem perceber que a vida é só vida
A vida dissolvida.
E como um tanque de água perdida
Onde escorre gota a gota e com isso
Toda a água é perdida.
Pois eu queria da água olhar para o reflexo
E ver nele algum nexo, mas por triste vida
Triste sina, pura sina minha,
A tara perdida o peso caído
Não tem sentido nenhum.
______________________________________________________________________
A língua enrola para dentro como um tapete invertido,
As camadas da fala paralisam na paraplégica distonia muscular,
Como é que a fala fala assim?
______________________________________________________________________
Se te amassasse faria um favor
Para que as tuas costas relaxasse,
E se te amasse em tenso amor
Desbloquearia o sorriso da face. O amor tenso encravado na pele
Desbloquearia com um sorriso.
______________________________________________________________________
Sim claro, tu és trabalhadora e esforçada,
Deixas tudo limpo, com suor na testa,
Mas por trás dessa atitude santificada
O teu corpo só pede luzes e festa.
E claro, és atenciosa e hospitaleira
Com um olhar dócil e atencioso,
Mas logo se vê a intenção verdadeira:
O olhar serve de isco perigoso.
Mas óbvio, disfarças mostrando ação
Lavando o chão, levando o lixo,
Mas só fazes isso para teres atenção
De outros olhares no teu capricho.
Sussurras desejos com língua doce
E a todos dizes o mesmo guião,
E eu nem sou próximo - imagina se fosse
Certamente trairias o meu coração.
E a boa reputação segue-te intacta
E a aura de santa encandeia um cego,
Mas ninguém vê por trás a razão exata:
Ela só faz isso para iluminar o seu ego.
Mas bem, enfim, no meio de tudo isto
Eu vi-te a levar o lixo - restos do menu,
Porém reparei que foste incompleta nisso
Pois para acabar esse serviço, faltavas também tu.
______________________________________________________________________
No caminho sagrado construía um longo passeio
Na árdua alegria de um nobre propósito,
Mas ao lado, um andar sonoro sorriu e então veio
Tirando cada pedra do passeio e moldando um depósito,
Lá dentro colocou os meus desejos e os centrifugou
Mostrando que, mesmo não andando em terra batida
Pela batida do coração, nada mudou.
______________________________________________________________________
Tão tremulo está o tremulo desejo
Que no seu invernal inverno, incubou,
No verão o sol veio, a chuva passou,
E nunca se aqueceu no quente almejo.
Na desilusão não há festa ou festejo
Apenas o frio fraquejo mais esfriou.
______________________________________________________________________
Não fui formado para amar tal potência
E com tamanha energia eu perco a minha,
Tenho curto de circuito de evidência
E perco mais do que aquilo que tinha.
Sem recarga ou bateria que compense
Desligo, ficando aparte e disso aflito,
Com trauma apenas a escuridão vence
E até o fraco volt da vela evito.
Se agora da luz fujo e escondo
E na escuridão não quero viver,
Faço a questão mas não me respondo:
Luz ou escuridão - o que escolher?
______________________________________________________________________
Como uma mãe, cuidei de uma cecília
Uma cobra cega do mar diurno,
Era a sua única companhia e ela a mim
Olhando com ternura a sua viscosidade
Afagando as suas necessidades.
Mas, com o tempo o seu único alimento
Era a minha preciosa e dócil pele,
E numa noite de nefasta escória
Arrastando cada dobra da sua carne
Indo na minha direção, um último beijo,
Os seus tentáculos perfuram a córnea
Perfuraram o meu interior com ódio
Os seus anéis entrelaçam os dedos.
De seguida enforca o meu pescoço
E eu apenas sorriu por dentro e fora:
Por fim, o meu propósito aconteceu.
______________________________________________________________________
Sei que não interessa se iria cuidar dos teus olhos
Porque aos teus olhos não sou esse cuidador,
Eles são inquietos, dois ginastas num alongamento,
Centrifugam no tambor de uma máquina giratória,
E por serem objetos não identificados rotativos
Não conseguem fixar os olhos apenas em um.
______________________________________________________________________
Não sou ninguém para merecer alguém,
A responsabilidade é enorme entornando o meu desejo de desejar alguém,
Tu és uma alegria estranha, uma cara engraçada
Talvez um mistério desvendado, mas estou vendado e não desvendo
Fico feliz ou estou triste? A ver vamos
______________________________________________________________________
A carne é controversa, contrai-se e verga-se aos nervos nervosos,
E os intestinos enchem rápido para uma evacuação rápida e limpeza eficiente.
______________________________________________________________________
Acordo a meio da penumbra da noite.
Acendo uma tocha e dou luz à lua,
Entro dentro da caverna da memória
Ilumino a tua estátua e relembro o que representa.
Leio a inscrição que escrevi e palpito tenso:
Fico feliz de ter amado alguém.
______________________________________________________________________
Tu abusaste do teu poder para bater no martelo
Para que a decisão fosse audível e irreversível,
Manipulaste o jogo e ninguém pude vê-lo, mas,
Tudo o que decidiste nesse dia, hoje é discutível.
Libertaste-o cedo de mais, é vergonhoso,
Ele nem deu provas que merecia tal conclusão,
E tu sabias, mas foste vil e ardiloso
E agora, todos têm vergonha da tua decisão!
______________________________________________________________________
Quando o coração rápido lateja
E a mente suspirante se esmera
Eu já sei o que me espera,
Quando a flecha embate na carne
Rápido é o efeito do veneno,
Alastra no sangue, dilata as veias,
E por fim, morre-se de rojo
Por amores nunca percebidos.
______________________________________________________________________
De polo a polo eu corro
E tu, da tua rendição estás aflita,
Pois não há déspota que resista
Há guerra perdida, nem
Ao trono arrastado num charco
De sangue. Reino perdido.
______________________________________________________________________
Tu eras tudo, e tudo o que resta
Mas a tiara caiu-te da testa
Já não há festa nem alegria.
______________________________________________________________________
A tua cabeça anda na lua
Por isso,
Eu vi o crime pelo telescópio.
______________________________________________________________________