Quadras 2021

Foram selecionadas 35 quadras de 2021 que agora são aqui apresentadas.

Ah, ela tornou-se franciscana...
Mas o seu ego continua egotista,
Em negação a outros profana:
Até diz que o papa é budista!!

Tu querias alegria nos meus poemas
Como se eles fossem uma música pop,
Mas eles têm dias de tristezas extremas
E apenas o fado cantado os entope. 

Como um coração seco seca o interesse
E de oásis a deserto me sujeito e castigo:
Ferido e com sede sigo como se morresse
E como se não tivesse o meu melhor amigo. 

A minha aldeia era divertida
Mas tu meu querido partiste,
Agora fico sozinha e perdida
E a minha aldeia é toda triste. 

O tempo permitiu que eu te amasse
E não quis nada mais do que amor,
Pois se vivi na alegria de te ter amado
Porque não amar também o tempo?

Criei um lobo selvagem
Porque queria uma cria,
Mas não se cria uma cria
Apenas se educa o monstro. 

Não sei se vejo turvo
Na turva noite que me levas,
Ou estou muito confuso
Profuso, preso nas tuas trevas. 

Sabes bem que não preciso de procurar uma frase feita,
Porque eu mesmo faço uma frase:
Por mais que te enfeites para seres a eleita
Apenas encontro pedaços de cara na tua base. 

O amor só é amor porque te engrandece
E só mesmo o amor poderia fazê-lo,
Muitos fizeram muito para merecê-lo,
Mas somente o somente amor te merece.

Da minha janela eu vi uma batalha
Era a batalha na rua que eu via,
Entre o coração e a mente canalha
E o delinquente tempo que fugia. 

De certeza que te amarei
Quando te ver e conhecer,
Quero alcançar a esperança
Sem assassinar o desejo.  

Se o amor tocasse
Ele tocava assim,
Mas como ele não toca
Toco eu pra ti 

Talvez a solidão seja eterna
E nos braços dela eu me deitarei,
Oiço o chamar e eu chamo por ela:
"Não chames mais, eu lá estarei!" 

Carne na carne e floresce a rosa na roseira
E nela os espinhos embriagados da ternura,
Mas os lusitanos cravos ensanguentados
Elevam mente com mente ao clímax da loucura! 

Cada palavra que não escreveste eu anotei
E em tudo o que não disseste eu medito;
O que há por de trás dos teus silêncios?
O que há de tão misterioso em ti?   

Escrevo esta epistola sem frigir o peito
Porém tremo da mão sem suspeita:
O amor agora escrito já foi eleito
E tu para quem escrevo és a eleita!  

Jogaste às cartas com a ilusão
E na ultima cartada perdeste,
Ela tinha a carta da solidão
E tu sem companhia te rendeste. 

É na fricção cuja famula faz a flama
Onde o teu olhar no meu permanece,
Eu ardo nas chamas do desejo ardente
Mas só a fala da tua mente me aquece!  

Celeste harmonia eu canto por ti
No frívolo e fútil mundo ruidoso
Esperando que me ouças
Anseio pela tua companhia 

"A verdade acompanha a felicidade"
Esse era o amor que me prometias,
O verdadeiro amor diz sempre a verdade
E por isso sei que nunca me enganarias. 

Quis envolver-te nos meus pensamentos
Enquanto me enrolava nos teus cabelos,
Tu romantizavas o teu novo apelido
E eu ansiava que fosse para breve.

A tempestade chegou à minha cidade
E eu fui em direção a ela como um louco,
Estava alegre como uma criança,
E de tanto gritar felicidade fiquei rouco! 

Se tocares numa formiga
Ela fará tudo para sobreviver,
Mas tu fazes de tudo
Para continuar morto. 

Eu entrei na catedral
E vi dois pombos a discutir obras eclesiásticas.
Enquanto as pessoas sentadas abaixo deles
Discutiam sobre os pombos! 

Tu querias ser livre
E eu percebi,
Pois libertei a pomba
E ela não voltou a mim.

Eu não sou louco - aqui registo,
E comprovei isso quando vieste,
O anjo que outrora tinha visto
Eras tu! Meu lindo anjo celeste!

Tu és o relógio do cosmos
que afeta os oceanos
e os ventos noturnos
as medidas dos planetas, 

O ferro é o forte elemento químico
Soberano: não há quem dele não fuja!
Mas, também é frouxo o seu estado anímico:
Porque o ferro também enferruja. 

O amor está nas fontes
Mas eu procuro nas pontes,
E quero que me digas e contes:
Como posso assim amar? 

Eu quis ver entre 7 ventos, se algum ventava
E foram 7 ventos que vi,
Nenhum deles era ventoso apenas um,
Esse era furacão que fazia os outros ventar. 

Tu compraste-me por um certo preço
Mas essa tua quantia eu não mereço,
Porque para outros de graça me dei,
E não para ti, mas para eles me moldei.

Tu dizias que valias ouro
E eu paguei com diamantes
Mas afinal não valias couro
Nem pedras degradantes. 

Da tua presença, um som centrífugo
Pairando na minha mente e perdição,
E encarnando palavras em fatal fogo
A chama que arde, julgo, ser a canção. 

Não consigo entregar o meu coração
No cimo da bandeja do romance,
Pensava que era amor, mas nem paixão
E de haver paixão não há chance...

A vida tem um rosto
E é saborosamente comum,
Mas sem ti não tem gosto
Nem sabor algum.